O coronel piloto-aviador Nuno Monteiro da Silva tem milhares de horas de voo no seu percurso na Força Aérea Portuguesa, muitas das quais em cenário de combate. Piloto de caça F16 e instrutor na Academia da Força Aérea, realizou missões em locais como o Afeganistão, os países bálticos e Angola. Mesmo com toda essa experiência, foi apanhado de surpresa pelo trabalho dos estudantes do Instituto Superior Técnico. Ao iniciar a palestra que veio dar à Semana Aeroespacial, confessou que “não tinha noção da dimensão” do evento.
De 17 a 21 de fevereiro, o Pavilhão Central do campus Alameda do Técnico foi palco da iniciativa organizada pelo Núcleo de Estudantes de Engenharia Aeroespacial (Aerotéc), no seio da qual os participantes puderam contactar diretamente com representantes de empresas, explorar áreas de interesse e ramos de investigação e assistir a palestras como a do coronel piloto-aviador Nuno Monteiro da Silva.
Discursando para um Salão Nobre cheio de estudantes, o militar recordou como, aos nove anos, ficara “agarrado ao sofá” depois de ver o filme Top Gun, e como ser passageiro de uma asa delta motorizada aos oito anos “foi uma experiência absolutamente mágica” que desbloqueou em si o objetivo de aprender a voar.
A par do militar, outras figuras da Engenharia Aeroespacial partilharam com a comunidade do Técnico experiências que viveram neste ramo. Exemplo disso foi outra palestra conduzida por Patrick Baudry, astronauta que viajou a bordo de um Space Shuttle da agência espacial americana NASA.
Durante a feira de empresas no átrio do Pavilhão Central, os estudantes tiveram a oportunidade de simular entrevistas de emprego de 15 minutos, recebendo pareceres quanto ao seu desempenho. Patrícia Martins é representante da Critical Software, empresa por onde já passaram estudantes do Técnico de Engenharia Aeroespacial, Engenharia Informática e Engenharia Eletrotécnica, entre outras áreas. O Técnico “é uma instituição que forma muito bem os alunos, não só a nível curricular mas também em tudo o que envolve atividades extracurriculares”, afirmou, destacando o papel dos núcleos de estudantes. “No processo de recrutamento, nota-se que são pessoas que ‘não estudaram apenas’”. A realização de iniciativas como as Semanas das Carreiras denota “muita proatividade”, na sua opinião.
Munido desta proatividade, Tiago Oliveira frequentou todos os dias da Semana Aeroespacial. “À procura de oportunidades”, o aluno do segundo ano da Licenciatura em Engenharia Aeroespacial considera que esta é uma boa forma de contactar com os diferentes ramos e temas da Engenharia Aeroespacial, dando aos estudantes a oportunidade de perceber mais claramente quais são as suas preferências. “Este é o tipo de atividade que vale mesmo a pena aproveitar enquanto aluno”, defendeu, devido à “componente de ligação entre os estudantes e as empresas”.
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