Foram quatro dias de muito sobe e desce entre o Salão Nobre e a feira de empresas presente no átrio do Pavilhão Central. Ninguém queria perder o leque de palestras que integram mais uma Semana de Aeroespacial e também ninguém queria deixar fugir a oportunidade de contactar com o lote diversificado de empresas que aderiram à mesma. Não chegou a ser uma semana como o nome da iniciativa indica, mas entre a visita aos stands, os workshops, as várias palestras e as roundtables, houve tanto para ouvir e aprender que soube a muito mais.
Um dos pontos altos da Semana de Aeroespacial, edição após edição, são as palestras – quer pela adesão quer pelo feedback que delas resulta -, muito graças ao prestígio de quem as conduz. Este ano não foi exceção e no Salão Nobre puderam encontrar-se além de poucas cadeiras vazias, caras muito conhecidas do Técnico e profissionais que dão cartas na Engenharia Aeroespacial. Marketing de aviões, desastres aéreos, medicina aeroespacial ou o espaço em Portugal foram algumas das temáticas subjacentes às palestras ou painéis que se repartiram ao longo dos três primeiros dias desta iniciativa. Sérgio Brás, antigo aluno do Técnico, veio com a sua experiência na Agência Espacial Europeia(ESA) e através da concretização dos seus sonhos fazer a vasta audiência ansiar por voos mais altos.
Os aviões que pairavam sobre o átrio do Pavilhão Central – e que assumem como elementos já habituais da decoração da iniciativa organizada pelo Núcleo de Estudantes de Engenharia Aeroespacial do Técnico (AeroTéc) – relembravam os mais esquecidos do imperdível programa e chamavam tantas a atenção dos mais curiosos. O verdadeiro íman para os participantes estava, porém, dentro do recinto onde estiveram presentes nomes sonantes como a Delta, Nos, Edisoft, OGMA, LSE Space ou o grupo GMV. Este ano, a organização quis ir mais longe e fazer a ponte com as Forças Armadas e por isso convidou também a Célula de Experimentação Operacional de Veículos não tripulados (CEOV) a estar presente. “A feira de empresas dá a oportunidade aos alunos de estabelecerem um primeiro contacto e formar ideias, mas este ano quisemos ir mais longe e por isso organizamos no último dia as roundtables onde os alunos podem de forma mais direta apresentar-se às empresas”, explica Diogo Janeiro, um dos elementos que integra a organização.
E para o caso de ainda sobrar tempo e vontade de aprender, o AeroTéc não esqueceu os workshops. “Este ano quisemos que alguns destes estivessem relacionados com os softskills”, refere Diogo Janeiro. “Porque nós quando abordávamos as empresas e questionávamos o que é que na perspetiva delas faltava no currículo de um aluno do Técnico para ser o candidato perfeito, iam sendo apontadas algumas lacunas que quisemos tentar resolver com os nossos workshops”, acrescentava posteriormente. Foi disso mesmo que tratou o workshop da consultora QSR, intitulado “Skills 2022”. A condução do mesmo ficou a cargo de Mara Caeiro que partilhou algumas dicas importantes com as dezenas de participantes. “As empresas vão valorizar cada vez mais as competências pessoais e relacionais”, começava por alertar. Elencando alguns dos ensinamentos retirados dos processos de recrutamento mais recentes que tem conduzido, a partner da QSR frisava a necessidade de antecipar algumas competências para “conseguirem enfrentar os desafios que vos esperam”. “Um pensamento inovador e analítico, deter uma capacidade de aprendizagem ativa e estratégica e ainda ser portador de uma boa dose de criatividade, originalidade e iniciativa serão as competências mais importantes a deter pelos profissionais do futuro”, garantia. “O mercado será cada vez mais exigente e é com essa ideia bem presente que vocês têm que preparar o vosso futuro, alinhando-se perante as tendências e exigências do mesmo”, aconselhava posteriormente.