Não faltam motivos para participar na Semana de Bioengenharia(SBE): os temas diversos e extremamente atuais ligados à Bioengenharia são abordados em palestras ou painéis que nos permitem contemplar toda a inovação que emana da conjugação entre Ciência e Tecnologia, e o programa é uma simbiose entre o ecossistema empresarial e universitário, com mais de 70 oradores com projeção nacional e internacional.
Para além disto, há ainda um leque de workshops onde os participantes podem aplicar os seus conhecimentos de forma dinâmica e prática, vários regressos “a casa” de antigos alunos que desvendam os seus trajetos e aprendizagens, diversos momentos de networking, e ainda prémios para os participantes mais ativos. Tudo isto à distância de um ecrã, com acesso gratuito- sendo que algumas das atividades nem exigem inscrição prévia-, e ao longo de uma semana para que não haja justificações para faltar.
A reformulação do evento, que chega este ano à 6.ª edição fez-se acompanhar da vontade de ir mais longe. “A organização encarou esta transformação como uma oportunidade para ter presentes oradores e participantes nacionais e internacionais, trazendo temas científicos inovadores e diversidade às nossas atividades”, realça Cristiana Vaz, uma das coordenadoras destas jornadas. “Nesta edição, para substituir os momentos de coffee-breaks, inovámos com a criação dos SBE Challenges, pequenos desafios premiados sobre os temas abordados em cada Lecture”, acrescenta.
Depois de um semestre de trabalho árduo a equipa organizadora, que junta cerca 60 alunos dos vários cursos do Departamento de Bioengenharia (DBE), tem sido presenteada com uma adesão que supera expectativas e com o “feedback muito positivo dos nossos colegas e dos oradores presentes”, tal como partilha outra das coordenadoras da SBE, Irina Lopes. As palestras têm registado entre uma e duas centenas de participantes e “os Workshops, sendo eventos de vagas limitadas, estiveram esgotados”, revela a aluna.
O talento português, que atua nos vários ramos da Bioengenharia, imperou nesta edição como bem o demonstrou o painel desta quarta-feira, 10 de março, que contou com Joana Miranda (investigadora do iMed.ULisboa), Margarida Serra (investigadora do iBET e alumna do Técnico) e Catarina Miranda (investigadora do Centro de Neurociências e Biologia Celular). A moderadora do painel, a professora Cláudia Lobato da Silva, docente do DBE, realçaria o carácter extremamente interessante deste painel “porque basicamente nas últimas décadas, aprendemos a cultivar células humanas, mesmo fora do corpo humano”. “Estas três brilhantes mulheres investigadoras irão mostrar-nos diferentes abordagens sobre como cultivar células humanas fora do corpo humano, in vitro, usando diferentes abordagens”, afirmou.
O interesse do painel confirmar-se-ia ao longo das três apresentações, com as oradoras a evidenciarem o potencial das terapias celulares, dando a conhecer a desenvolvimento de novas estratégias de cultivo de células estaminais, os projetos que integram e que potenciam a evolução do conhecimento nesta área, apontando também alguns dos desafios que se impõem nesta área.
Um dos focos do programa é ajudar a divulgar o trabalho realizado em Portugal e no resto do mundo nos mais diversos campos da Bioengenharia, reunindo-se para tal um conjunto interdisciplinar de estudantes, académicos, investigadores e empresas, fomentando a interação e a partilha de conhecimento. “Mantivemos a Job Fair com o objetivo de promover momentos de networking entre os participantes e empresas da área da Bioengenharia, aproximando o mercado de trabalho à comunidade académica”, salienta Maria Sousa, outra das coordenadoras.
A SBE APP confere ainda um dinamismo extra ao evento, permitindo aos participantes adicionar o CV ao perfil, consultar a agenda do evento, inscrever-se nas atividades, conhecer os oradores convidados e até fazer-lhes perguntas durante as palestras. “A aplicação foi uma iniciativa da organização da V SBE no ano de 2019. Desde o seu lançamento teve bastante sucesso entre os participantes, facilitando a divulgação de todos os aspetos do evento e inscrições nas atividades”, salienta Matilde Narciso, outra das alunas que integra a coordenação geral do evento. “Ao longo dos anos a app sofreu algumas modificações, incluindo a adição de um sistema de BioCoins que permite aos participantes habilitarem-se a ganhar prémios consoante a sua presença na SBE”, destaca a aluna.
Para Cristiana Vaz o que distingue estas jornadas é desde logo o foco exclusivo que a SBE dá à Bioengenharia, sendo este “um fator atrativo para os estudantes desta área que estão em crescimento exponencial não só no Técnico, mas em todo o país e mundo, visto que não existem muitos eventos que tratam deste tema em Portugal”. Além disso, a comissão organizadora salienta que a diversidade de atividades e vertentes do evento permite aos alunos construir a sua participação mediante os seus objetivos.