“E costuma rebentar muita coisa?” – David Fernandes está no último ano do Mestrado em Engenharia Eletrotécnica e de Computadores (MEEC) e não consegue disfarçar o seu entusiasmo ao colocar perguntas ao orador, um representante de uma empresa de microeletrónica. A atividade Inside Talks serve para isso mesmo – várias mesas dispostas numa sala acolhem grupos onde se discute o dia-a-dia de um engenheiro eletrotécnico dentro da respetiva empresa. Um enorme ecrã cronometra os breves minutos que os estudantes do Instituto Superior Técnico têm para trocar impressões com os representantes da sua mesa, antes de terem de trocar para a seguinte, como se fizessem todos parte de uma engrenagem bem-oleada.
Quem entrasse por aqueles dias no Técnico Innovation Center veria um cenário peculiar – máquinas de arcade e um simulador de jogos de condução, dezenas de bancas para trocar impressões com profissionais da indústria eletrotécnica e, mais importante que tudo isso, um sorteio de brindes que incluía patinhos de borracha. De 19 a 23 de fevereiro, as Jornadas de Engenharia Eletrotécnica e de Computadores (JEEC) puseram o edifício no Jardim do Arco do Cego a fervilhar com estudantes do Técnico curiosos para saber mais sobre o seu futuro profissional nesta área da engenharia.
Mariana Rato, Inês Pinto e Adrian Herta têm sido espectadores assíduos das JEEC ao longo dos anos que passaram no Técnico. Uma vez que estão no último ano do MEEC, desta vez estão “a participar ainda mais ativamente”, conta Adrian. “Temos colegas noutras faculdades que se calhar não têm este tipo de eventos, ou têm mas numa dimensão mais pequena, que comentam ‘uau, gostava muito de ter essas oportunidades’”, partilhou.
O grupo de amigos integrou-se em várias das atividades, incluindo as InsideTalks, e contactou com as diversas empresas que geriam as bancas no Técnico Innovation Center, bancas essas que diferiam de dia para dia. “Acho que o mais interessante é esse contacto com pessoas de empresas”, afirma Inês. “Quero saber quais são todas as oportunidades que existem”, acrescentou.
Foi justamente esse o intuito da organização destas Jornadas, composta por um grupo de estudantes do Técnico. António Morais, que faz parte da equipa Speakers, responsável pelos oradores, considera que a melhor valência que um visitante pode obter das JEEC é conhecimento – “vão ficar a perceber o que realmente querem”. “Um aluno de licenciatura que ainda esteja indeciso pode ir lá contactar com pessoas simpáticas, muitas vezes com representantes de empresas que já frequentaram o nosso curso”, explica o estudante de 3.º ano da Licenciatura em Engenharia Eletrotécnica e de Computadores.
João Neves, estudante do Técnico que também visitava as JEEC com um grupo de amigos, elogiou esta “forma muito mais fácil de contactar com empresas”. O aluno considera que “outros métodos como o LinkedIn são mais formais”, enquanto que nas JEEC “há a possibilidade de falar diretamente com as pessoas e fazer perguntas de forma mais descontraída”. Nesse sentido, deixou palavras de encorajamento a visitantes futuros destas Jornadas – “este tipo de eventos é útil tanto para quem está a começar a vida universitária como para quem está perto de terminá-la”.