Começar o Dia da Mulher entre mulheres geniais, foi a proposta de mais uma sessão das Alumni Talks, um evento organizado pelo NAPE-IST– Núcleo de Apoio ao Estudante do Instituto Superior Técnico em parceria com o , que decorreu esta quinta-feira, dia 8 de março. Cerca de 70 alunas do Técnico inscreveram-se, mas só 35 tiveram a sorte de integrar o momento de partilha.
“Eu nunca fiz nada de especial no dia das mulheres, e este ano decidi que viria assinala-lo da melhor forma possível, rodeada de mulheres com tanto para contar”, confessa Nadeja Licova, aluna de Engenharia Aeroespacial. Na sua mesa não houve lugar para o silêncio. A curiosidade camuflou por completo qualquer medo de questionar, de descobrir mais sobre os percursos tão distintos das alumnae. A diversidade de funções que podem ser executadas por alguém com formação em engenharia, as necessidades de enriquecimento curricular que vão surgindo ao longo do tempo, a passagem pelo Técnico e os desafios do mercado de trabalho deram muito que falar durante mais de duas horas e meia. “É tudo uma questão de descoberta, aos poucos e com o tempo vai-se descobrindo onde se é feliz, vai-se aprendendo”, afirmava Khairunissa Jafar, uma das alumnae presentes.
Nas outras mesas o cenário é muito idêntico. Numa ronda por todas, vemos que as conversas se repetem apesar de em momentos diferentes, e são na maioria das vezes ilustrados com episódios algo semelhantes mesmo que as narradoras sejam distintas. A descontração domina o ambiente e nem as alumnae deixam que seja de outra maneira. Além de Kharunissa Jafar, Head of Digital Delivery do Grupo Ocidental, também Carla Quental, diretora de negócio do Hospital Lusíadas, Inês Leitão, coordenadora do departamento de qualidade da TAP, Isabel Viçoso, CEO da empresa LOGIC e Ana Ramos, Head of Corporate Quality and HSEQ Audit da GALP energia, e Helena França, CEO da Portway partilharam o caminho percorrido até aos cargos que ocupam hoje. Sem exageros, sem modéstias, não poupando os esforços que tiveram que ser feitos cativavam atenções e despoletavam mais perguntas.
Claro que o papel da mulher no mundo não faltou à conversa, afinal a ocasião assim o exigia. Uma potencial desvantagem feminina na chegada ao mundo do trabalho foi totalmente desmistificada pelas convidadas. “Ao longo do meu curto percurso profissional tive a sorte de ter chefes que não se preocupavam com o género dos seus colaboradores, mas sim em motivá-los e promovê-los”, destaca Kharunissa Jafar. “Quando eu entrei para o Técnico no meu curso éramos 3 mulheres, hoje são muitas mais, e isso vai acabar por ser projetado no mercado de trabalho. Vai haver cada vez mais nestas áreas e nos cargos de gestão”, acrescenta Inês Leitão.
“Mas e depois? Teremos oportunidade para atingir as nossas metas pessoais?”, questionava uma das jovens. “Vocês são uma geração privilegiada, basta que tenham flexibilidade para se adaptar e podem fazer o que se quiserem”, frisava Helena França. “Ser mulher nunca será impeditivo para nada”, acrescenta a alumna. “E os filhos, teremos tempo para eles?”, questiona outra aluna de seguida. “A maternidade tem que ser incorporada na vida”, responde de imediato a professora Helena Geirinhas, coordenadora do Gender Balance@IST, e uma das docentes convidadas a integrar a sessão.
O gosto de partilhar e de ouvir era bem notório e audível através das muitas gargalhadas. Foram muitos os conselhos partilhados e reforçados ao longo da manhã. “Não se conformem, e façam questão de estar sempre prontos a desafiar-se e a aprender”, aponta Carla Quental como um dos truques para o sucesso e a realização profissional. Nadeja Licova reteve todos: “Devemos sempre apostar em nós, isso sim vai fazer a diferença, foi essa a perspetiva que me passaram e não podia ter ficado mais convencida”.