Campus e Comunidade

SET cativa cada vez mais participantes e empresas

Naquela que foi a 17.ª edição do evento, a organização conseguiu bater o recorde do número de empresas envolvidas.

Olhar para as edições anteriores, recolher lições, corrigir alguns erros, definir as potenciais melhorias, e com tudo isto aprimorar a estratégia para fazer desta  17.ª edição a melhor de sempre.  Foi este o plano de trabalhos da comissão organizadora da Semana Empresarial e Tecnológica(SET) 2020 que ao longo de toda esta semana, de 2 a 6 de março,  agitou o campus do Taguspark. As novas iniciativas, o vasto e variado leque de oradores, a atração de mais alunos -nomeadamente do campus da Alameda – e o aumento do número de empresas participantes contribuíram para o sucesso que a organização assinala sem hesitar. ” O balanço é muito positivo. Evoluímos, conseguimos captar mais alunos, e inovar em várias atividades”, frisa Tiago Fernandes, co-coordenador da SET 2020.

Na chegada ao átrio central do campus do Taguspark é fácil perceber não só o impacto, como também a adesão que SET é capaz de gerar. Em grupos ou individualmente os alunos abordam as empresas, fazendo as mais arrojadas e variadas perguntas, recolhendo cartões de visita e agendando um contacto posterior. As empresas aproveitam ao máximo o interesse e tentam maximizar o pouco tempo dos alunos para descrever as dinâmicas de recrutamento, as oportunidades de estágio, reiterando o valor que vislumbram nos estudantes. “Este ano, batemos o recorde de empresas que conseguimos cativar, e contámos nesta edição com 50 empresas”, vinca Tiago Fernandes. “As empresas estavam presentes no evento de diversas formas, quer através da banca, quer de workshops, com apresentações em palco com uma temática em específico e algumas ainda com participação numa speed interview com alunos ”, explica ainda o elemento da organização.

Esta “Speed Interview” é, aliás, uma das principais inovações no programa da SET, e foi uma das atividades mais bem-sucedidas da edição, como refere Tiago Fernandes. “Basicamente é um pitch individual do aluno com duração máxima de 3 minutos perante algumas empresas, que posteriormente fornecem feedback acerca do que ouviram”, evidencia o co-coordenador. “É uma das atividades em que procurámos inovar, e que agradou imenso tanto a alunos como empresas. Tivemos que rejeitar algumas inscrições tal foi a adesão. Estamos muito satisfeitos com o resultado”, vinca o aluno.

A ronda entre as bancas abranda ligeiramente sempre que cada palestra se inicia, e os alunos acabam por revezar a atenção entre aquele conselho precioso e a oportunidade de o concretizarem junto de uma empresa. Este ano a organização apostou em reforçar o painel de oradores, aumentando o número, e alterando a estratégia face aos mesmos. Tiago Fernandes,co-coordenador da SET 2020, relembra que em “anos anteriores tínhamos só um ou dois oradores por dia”, e nesta edição o passaram a ser “4 ou 5 palestrantes por dia” especialistas em Cibersegurança, Ciência de Dados, inovação, etc. Além disso, o co- coordenador sublinha que “nunca tínhamos conseguido chegar a nomes tão importantes e de empresas tão conceituadas e reconhecidas internacionalmente”.

Alguns dos nomes sonantes convidados pela organização, são também antigos alunos da escola e ajudaram a protagonizar momentos de partilha importantes. Assim foi num dos painéis desta sexta-feira, denominado apropriadamente de “Next Step”. Foi exatamente em torno dos passos que se seguiram, as escolhas que guiaram as mesmas e os conselhos para quem está prestes a ingressar no mercado de trabalho, que girou a conversa do painel da tarde desta quinta-feira, 5 de março. André Lucas (The Navigator Company), Tomás Jacob (Softway), Ana Marta Borges (Medtronic) e Pedro Meneses (Instituto Kaizen) foram os alumni convidados e, apesar de experiência e percurso distintos, foi possível encontrar muitas ideias similares, e um orgulho comum pelas bases adquiridas no Técnico e que os têm ajudado  a deixar uma marca importante nas empresas em que trabalham.

O processo de recrutamento, as expectativas, as dificuldades de trabalhar em equipa, a preponderância de perguntar para aprender, e o que deve guiar as opções profissionais foram alguns dos tópicos que dominaram a conversa. “Quando comecei a trabalhar estava algo insegura em relação ao que esperavam de mim, não sabia se corresponderia às expectativas, se eu tinha conhecimento suficiente para o que me pediam, mas percebi rapidamente que tinha que levar as coisas com calma e que tinha tempo para aprender”, partilhava Ana Marta Borges. Também sobre os primeiros tempos no mercado de trabalho, Tomás Jacob relembrou a confiança que o acompanhou e fortaleceu, em muito por causa da formação que tinha. “Sentia-me preparado para onde quer que fosse. Sabia que independentemente do desafio estaria preparado graças ao Técnico”, vincou.  Com uma carreira mais longa que Ana Marta Borges e Tomás Jacob, Pedro Menezes partilhou alguns conselhos que se revelaram importantes na carreira que construiu. “Nos primeiros dois, ou três anos, não escolham o dinheiro, não optem pelo melhor pacote remuneratório. Deem prioridade aquelas empresas onde acham que se vão desenvolver profissionalmente. Seja porque o negócio é interessante, seja porque o trabalho em si é estimulante, ou pelas pessoas que lá trabalham e em quem vocês se vão rever e inspirar”, aconselhava. Também André Lucas partilhou a sua aprendizagem no mercado de trabalho, sublinhando a importância de saber gerir possíveis os conflitos que possam surgir. “Escolham as batalhas certas, vejam aquilo que vale realmente a pena, avaliem se vale o esforço e tentem ter alguma inteligência emocional, porque é muito importante”, disse.

Depois da conversa agradável entre antigos alunos auscultada pelos atuais alunos na plateia, caberia à vice-presidente do Técnico para a gestão do campus do Taguspark, professora Helena Galhardas, conduzir a sessão de encerramento.  Depois de agradecer à organização “o evento que foram capazes de organizar, os convidados interessantes que trouxeram, as sessões e os workshops realizados, e toda a dinâmica que pautou tudo isto”, a professora Helena Galhardas sublinhava “o grande número de empresas implicadas este ano”.  “É evidente que a organização deste tipo de eventos no Técnico é muito importante, em particular neste campus que está inserido num parque tecnológico”, vincava a docente.  Salientando que este tipo de eventos são uma “oportunidade única” de colocar em contacto com a comunidade do Técnico “os profissionais que trabalham diariamente nesta área da tecnologia”, a vice-presidente evidenciava a preponderância desta proximidade entre a academia e o mundo empresarial. “Os vários oradores foram uma presença essencial, trouxeram-nos mais conhecimento sobre tecnologia, mas também outras vivências, outras opiniões”, concluía a docente, estendendo os agradecimentos aos funcionários do campus que se revelaram preponderantes no apoio à organização do evento.

Também Tiago Fernandes fez questão de agradecer à sua equipa pelo “ambiente fantástico” que “ajudaram a criar nesta SET”.  O co-cordenador do evento frisou que o esforço encetado valeu a pena, e se refletiu na adesão do evento. “Contámos com uma grande adesão dos alunos da Alameda. No total, tivemos cerca de entre 500 a 1000 participantes em cada um dos dias da SET, o que foi muito bom”, sublinha o aluno. Para Tiago Fernandes esta semana das carreiras “tem muito para crescer”, podendo mesmo, e dado o seu potencial, “tornar-se um dos mais eventos do Técnico”. “Nos próximos tempos a margem para crescer é imensa, e acho que se pode melhorar ainda mais”, destacou.

Apesar do encerramento oficial, a SET continuou esta sexta-feira, 6 de março, com um painel que juntou os vários núcleos de estudantes da escola.