A cooperação científica entre Portugal e a China ganhou um novo impulso com a criação do Laboratório Conjunto China-Portugal em Inteligência Artificial e Tecnologias de Saúde Pública. A iniciativa, que aposta na aplicação da inteligência artificial para melhorar a resposta a desafios globais na área da saúde, foi formalmente apresentada no dia 5 de março, numa cerimónia que reuniu investigadores e representantes institucionais de ambos os países.
O novo laboratório resulta de uma colaboração entre o Instituto Superior Técnico, o Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores – Investigação e Desenvolvimento (INESC-ID), o Guangzhou Laboratory (GL), a Guangzhou Medical University (GMU) e a Macau University of Science and Technology (MUST). A sua missão passa pelo desenvolvimento de soluções tecnológicas baseadas em inteligência artificial para a gestão da saúde pública, nomeadamente na prevenção, diagnóstico e resposta a emergências sanitárias, bem como no controlo de doenças infecciosas e não infecciosas.
Durante a cerimónia, Rogério Colaço, Presidente do Técnico, destacou o impacto desta iniciativa na investigação científica e tecnológica: “A colaboração internacional é fundamental para enfrentarmos desafios globais. Este laboratório representa um avanço significativo, unindo expertise em inteligência artificial e saúde pública para criar soluções inovadoras com impacto real na sociedade.”
Arlindo Oliveira, professor do Técnico e coordenador da parceria, reconhece os desafios e os pontos fortes desta colaboração: “Embora esta colaboração apresente desafios relacionados com as barreiras linguísticas e as diferentes perspectivas culturais e políticas, conseguimos estabelecer uma relação frutuosa e de confiança mútua. Isto já conduziu a um financiamento significativo para investigação e desenvolvimento, esperando-se que outros projetos sejam aprovados num futuro próximo”.
Após a assinatura do memorando de entendimento entre as instituições parceiras, a delegação chinesa visitou algumas das infraestruturas do Técnico dedicadas à inteligência artificial e robótica. No Instituto de Sistemas e Robótica (ISR-Lisboa), foram apresentados projetos de referência na área da interação homem-máquina e assistência médica digital, incluindo o iCub, um dos robôs humanoides mais avançados do mundo, e o Vizzy, um robô interativo concebido para apoiar idosos e pacientes hospitalizados.
A visita incluiu ainda uma passagem pelo novo Laboratório Conjunto, cuja estratégia assenta em cinco pilares fundamentais, definidos por Ana Teresa Freitas, Presidente do Departamento de Engenharia Informática (DEI): “Pessoas seguras, projetos seguros, dados seguros, algoritmos seguros, resultados seguros”.
A cerimónia contou também com a presença de Tai Kin Ip, Secretário para as Finanças do Governo de Macau, Che Weng Keong, Presidente do Fundo para o Desenvolvimento da Ciência e Tecnologia de Macau (FDCT), e Madalena Alves, Presidente da Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT), reforçando o compromisso institucional e científico de ambas as nações nesta parceria.
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*Texto em colaboração com o Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores – Investigação e Desenvolvimento (INESC-ID)
