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Técnico acolheu debate sobre a ligação entre indústria e academia

Especialistas, líderes empresariais e académicos refletiram sobre inovação, adaptação industrial e novos modelos de ensino em mais uma edição do ‘Zona de Impacto Global’.

O futuro da indústria e a forma como as empresas se adaptam a mudanças, cada vez mais rápidas, estiveram em debate, no dia 29 de setembro de 2025, no Técnico Innovation Center powered by Fidelidade. A 3.ª edição da ‘Zona de Impacto Global’, organizada pelo Jornal Económico em parceria com o Novo Banco e com o apoio do Instituto Superior Técnico, juntou especialistas, académicos e líderes empresariais para refletir sobre inovação, digitalização e sustentabilidade.

Em representação do Técnico, Pedro Amaral, vice-presidente para a Interface Empresarial, Inovação e Empreendedorismo, destacou a importância de uma ligação permanente entre a Escola e o tecido empresarial. “O Técnico vive num ecossistema aberto”, afirmou, sublinhando que esta dinâmica exige repensar a forma como os estudantes aprendem e se relacionam com a sociedade.

Entre os temas em debate esteve a evolução do modelo de ensino, com a adoção de metodologias de project-based learning e student-centered learning. “O objetivo passa por olhar para os estudantes e centrar na sua relação com o mundo e com a sociedade”, explicou. “Já não há lugar para os muros tradicionais da universidade. Os estudantes devem aprender em contacto direto com desafios concretos do setor empresarial”.

“Nos últimos anos, através de projetos CAPSTONE, workshops e programas de ideação que permitem transformar ideias em soluções concretas, procuramos estruturar formas de trazer esses problemas do setor para dentro da Escola”, acrescentou. 

A relação com o setor empresarial materializa-se também através da Rede de Parceiros do Técnico, que integra atualmente três dezenas de empresas. Os acordos, com duração de três anos e renováveis, permitem às empresas identificar e desenvolver talentos, acelerar a inovação interna e criar, em colaboração com o Técnico, novas tecnologias, produtos e serviços. “Nos últimos 10 a 15 anos surgiram cerca de 350 empresas associadas ao Técnico, muitas delas perduram e algumas tornaram-se casos de referência no panorama nacional”, incluindo três que alcançaram o estatuto de ‘unicórnio’: Talkdesk, TEKEVER e Anchorage.

A sessão contou também com intervenções de Ricardo Diz, CEO da Carmo SA/Camowood, e Agostinho Carvalho, CEO e fundador da WeADD, que não deixaram de destacar a relevância de “endereçar e responder a desafios” em colaboração com a academia. Ambos destacaram o papel da propriedade intelectual como fator determinante para transformar conhecimento em valor económico e social, bem como a relevância de criar novas perspetivas a partir do diálogo contínuo entre empresas e universidades.

Nas palavras de Luís Ribeiro, administrador do Novo Banco, “o papel do setor financeiro não se limita a financiar projetos”, sendo também “um ponto de ligação entre diferentes instituições e setores, criando condições para que a inovação que nasce na universidade possa chegar às empresas e ter impacto real na economia”. 

“A academia e a economia estão cada vez mais próximas, e queremos que este modelo perdure e possa ser replicado por outras instituições. O nosso compromisso é continuar a abrir caminho para que a inovação gerada dentro das universidades tenha impacto real na sociedade e na economia”, reforçou Pedro Amaral na sua mensagem final, apresentando esta visão como um “ponto de partida para o desenvolvimento nacional”.

A sessão terminou com a intervenção de Luís Mira Amaral, alumni da Licenciatura em Engenharia Eletrotécnica e de Computadores do Técnico, que apelou à necessidade de criar mais incentivos para “teses de mestrado e doutoramento em ambiente empresarial”, salientando o caminho que o Técnico tem vindo a percorrer “para formar profissionais mais preparados para responder às necessidades da economia”.

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