Campus e Comunidade

Técnico celebra 113.º aniversário destacando membros da comunidade

Técnico Innovation Center acolheu os festejos. A agenda do dia incluiu a atribuição de diplomas de excelência a estudantes e professores, a inauguração de uma escultura, uma exposição e o lançamento de um livro.

393 professores diplomados por excelência no ensino, 155 estudantes diplomados por excelência académica. Foi este o ponto alto da manhã de 23 de maio de 2024 – dia que marca o 113.º aniversário do Instituto Superior Técnico, uma efeméride celebrada no Dia do Técnico, no Técnico Innovation Center, com a atribuição destes mais de 500 diplomas e, da parte da tarde, uma sessão solene que contou com discursos de vários membros da comunidade escolar.

Na qualidade de presidente do Conselho Pedagógico, Teresa Peña foi a primeira oradora do dia. A docente defendeu que é “muito importante termos esta celebração conjunta”, uma vez que “a energia que circula no Técnico, nos seus corredores e salas, advém dos seus estudantes e das conversas que têm com os professores mais inspiradores”. Leonor Matos, vice-presidente do mesmo Conselho, vê nos Diplomas de Excelência Académica “uma prova do compromisso e dedicação” dos estudantes. A aluna parabenizou ainda os professores laureados com o Diploma de Excelência no Ensino, afirmando ter a certeza de que, se ali estavam, “marcaram sem dúvida vários alunos ao longo do seu percurso”.

Curso a curso, os estudantes subiram a palco chamados pelo nome, cada um com direito a um aplauso da plateia que preenchia aquele espaço de eventos. Unidos pelo factor comum de sucesso escolar, os diplomados foram representados por três estudantes que tomaram a palavra após as atribuições – Mariana Trindade, da Licenciatura em Engenharia e Gestão Industrial, Margarida Grou, do Mestrado em Engenharia Geológica e de Minas e Miguel Silva, da Licenciatura em Engenharia Eletrónica. Nos seus discursos, foi destacada a importância dos estudantes como “força motriz da instituição” e o papel dos núcleos que gerem na manutenção da sua motivação e desempenho académico.

Analogamente, também os professores classificados como Docentes Excelentes (na avaliação feita pelos estudantes no Subsistema ‘Qualidade das Unidades Curriculares’) foram convidados a receber o respetivo diploma em palco, com representantes nas figuras de Nuno Martins, Otávia Monteiro Gil e Paulo Lobato Correia. Estes três últimos foram ainda laureados com o Prémio Técnico Excelência no Ensino por obterem nota máxima em todos os critérios da avaliação feita pelos seus estudantes.

No discurso com que encerrou a cerimónia da parte da manhã, Rogério Colaço, presidente do Técnico, ressalvou que “os estudantes do Técnico são o melhor talento do país”, declaração acolhida com uma ovação dos presentes. Dado este talento inerente a cada estudante do Técnico, o presidente da Escola desejou “que a dificuldade [do percurso] nunca seja motivo de perda de confiança para ninguém”. “O Técnico está aqui para tentar ajudar todos a ultrapassar essas dificuldades”, acrescentou, “sejam elas quais forem” – de aprendizagem, económicas, de saúde mental ou de outra natureza. A escola, relembrou, “tem estruturas para apoiar todos os estudantes que sintam dificuldades por qualquer destas razões”.

Fez ainda um pedido – “sejam e continuem a ser fonte de inspiração para aqueles que ainda estão no processo de ultrapassar as dificuldades que encontram pelo caminho, quer sejam colegas professores ou colegas estudantes”. “Todos ganhamos com isso”, garantiu o docente, uma vez que, se a Escola for melhor, “naturalmente que o país também será melhor, porque foi para isso que o Técnico foi criado há 113 anos atrás”.

No fim da sua intervenção, deixou o convite para que os participantes visitassem a exposição “110 Histórias | 110 Objetos”, que viria a ser oficialmente inaugurada nessa tarde, ficando em exibição até ao final do ano no Técnico Innovation Center.

 

De tarde, a sessão solene de aniversário

De último orador de manhã, o presidente da Escola passou a primeiro orador da tarde, dando início à sessão solene do 113.º aniversário do Técnico. Rogério Colaço relembrou a origem do Técnico, invocando a missão histórica de “contribuir para o desenvolvimento do país e da sua economia, através da formação de pessoas técnica e cientificamente qualificadas”. As funções da Escola não ficam por aí, contudo – “a missão do Técnico também é a de contribuir para um mundo mais aberto à ciência e ao conhecimento e mais crítico ao dogma, ao obscurantismo e à demagogia”, garantiu.

“Fundar uma empresa, ser campeão de futebol, construir um barco a hidrogénio, um carro a energia elétrica, um drone, um foguetão, um carro de Fórmula 1, um satélite que será colocado a 500 quilómetros de altitude no próximo verão – tudo é possível aqui no Técnico”, enunciou Rogério Colaço. Em jeito de justificação do que acabara de dizer, o presidente relembrou que, no espaço ao lado daquele em que discursava, repousavam dezenas de objetos e protótipos que recordavam a história (e as histórias) da Escola, na exposição “110 Histórias | 110 Objetos”, alguns dos quais coincidentes com exemplos que listou.

Pedro Monteiro, presidente da Associação dos Estudantes do Instituto Superior Técnico (AEIST) e segundo discursante daquela tarde, descreveu o Técnico como uma escola de “prestígio”, devendo-se este, no seu entender, “à dedicação incansável dos seus professores, investigadores e pessoal não docente” e, sobretudo, “à energia, criatividade, irreverência e empenho dos seus estudantes”.

Também da parte da tarde foram atribuídos diplomas, desta vez aos Departamentos da Escola por Excelência no Ensino e Sucesso Académico, momento que antecedeu a segunda intervenção de Teresa Peña naquele dia. Citando o físico Richard Feynman, defendeu que “temos de deixar espaço para a dúvida, ou não existe progresso nem aprendizagem”. “A liberdade também nos ensina isso”, prosseguiu, “[uma vez que] permite não termos medo de errar, de duvidar, de questionar, de explorar – por isso é tão importante também para a ciência”. A presidente do Conselho Pedagógico deixou ainda algumas palavras de Alfredo Bensaúde, contidas nas suas notas pedagógicas de 1922 – “o regime da liberdade contribui para conservar o ensino a um nível elevado. Os alunos trabalham e o papel do professor consiste sobretudo em dirigi-los e guiá-los, de modo a que os esforços deles conduzam ao maior aproveitamento possível”.

Com vários estudantes e professores honrados ao longo desse dia, a cerimónia incluiu também homenagens a funcionários da Escola – nestas, celebraram-se os professores, investigadores e trabalhadores técnicos e administrativos contratados ou que progrediram na carreira, aposentados ou que completaram 25 anos de serviço recentemente. Ana Catana, que soma 30 anos “ao serviço da instituição” – desde que ingressou na Licenciatura em Engenharia Civil em 1994 -, discursou em representação destes funcionários. “Fui caloira, aluna, tarefeira, bolseira, docente, investigadora, especialista e agora gestora”, enumerou. Encontrou no curso “um grupo de amigos que ainda hoje consider[a] família”. Recorda com saudades os tempos de docência e de investigação, e frisou o “orgulho de estar a trabalhar para e na universidade que, na sua adolescência, era uma grande referência a nível nacional e internacional”. Atualmente, insere-se no Núcleo de Projetos Internacionais no Técnico.

Ainda mais duas premiações se seguiriam – desta vez a de Professor Distinto 2024, um título que reconhece os professores e investigadores do Técnico que contribuem de forma excecional para o dinamismo da Escola, com impacto muito elevado nas diferentes dimensões da atividade de um professor/investigador universitário. Este ano, o prémio foi atribuído a Teresa Duarte (“Uma das minhas maiores alegrias tem sido a partilha de conhecimento com estes alunos que surgem todos os anos sempre ávidos de aprender.”) e a Paulo Martins (“profundamente agradecido e honrado” pelo reconhecimento).

Com o sol vespertino a banhar as inúmeras janelas da antiga Gare do Arco do Cego há algumas horas, a última coisa que restava entre o público e os dois bolos de aniversário decorados de maçapão ‘azul-do-Técnico’ era o discurso do reitor da Universidade de Lisboa. Luís Ferreira endereçou “palavras de congratulação pelo aniversário desta grande Escola”, afirmando que “é um momento para reafirmarmos o nosso compromisso – do Técnico e da ULisboa com a sociedade  que temos a honra de servir – através do conhecimento que produzimos e transmitimos”.

Com a Camerata de Estudantes do Técnico a fechar a sessão solene e a música de ‘parabéns’ executada em simultâneo pelo Grupo de Cantares Tradicionais e as tunas Universitária, Mista e Feminina do Técnico já à porta do Técnico Innovation Center, houve ainda tempo para inaugurar a exposição “110 Histórias | 110 Objetos” e lançar o livro afeto ao podcast.

O 113.º aniversário da Escola foi uma celebração da instituição mas, acima de tudo, das pessoas que a perfazem – estudantes, professores, investigadores e funcionários.

 

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