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Técnico celebra papel das mulheres na ciência e tecnologia com pequeno-almoço de festejo

Evento contou com um painel composto por uma empresária, uma engenheira no ativo e uma investigadora, em diferentes estágios de carreira.

“O futuro das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) é melhor, mais brilhante e mais humano convosco” – Ana Teresa Freitas, professora do Instituto Superior Técnico e presidente do Departamento de Engenharia Informática, dirigia estas palavras a um Salão Nobre com mais de 70 alunas, investigadoras, professoras e outras mulheres e raparigas ligadas à ciência. Passava pouco das 9 horas da manhã e o evento servia para celebrar o papel destas profissionais e académicas no meio científico, em particular nas TIC, convidando as presentes a trocar impressões e experiências.

“Tenho 56 anos e é a primeira vez que estou num evento onde sou o único homem, mas para vocês, mulheres nas TIC, provavelmente já várias vezes estiveram na posição inversa”, assinalou Rogério Colaço no discurso com que abriu o encontro. “O ambiente é confortável, mas sinto-me ligeiramente constrangido”, confessou o presidente do Técnico. “Nós conhecemos essa sensação”, atirou Ana Teresa Freitas da mesa a que agora se sentava, provocando risos no orador e em toda a sala. “Sem a representação das mulheres na ciência, o mundo é menos justo”, viria a concluir o docente.

Amélia Santos é CEO da Innuos, empresa na área da distribuição digital de áudio. Beatriz Mano é engenheira de software na área da saúde. Ana Rita Baião é estudante de doutoramento do Técnico. As três compuseram o painel que acompanhou o evento, refletindo sobre as suas experiências. Beatriz Mano intimou as presentes a seguirem as suas ambições na escolha de uma área de interesse, não obstante o quão ‘na moda’ ela esteja. “Se há coisas de que gostam que não estão a ser trabalhadas por muitas pessoas, porque não são vocês?”.

Ana Rita Baião confidenciou que “uma das coisas que [a] assustava quando termin[ou] o mestrado foi sentir que era necessário tomar ‘a decisão perfeita’, por pensar que ditaria a totalidade da [sua] carreira”. Hoje, reconhece que essa é uma decisão apenas sobre “o passo seguinte”. Amélia Santos ecoou o sentimento, descrevendo a variedade de áreas, estágios e cargos que ocupou ao longo dos anos de carreira que acumula. “Vocês conseguem, acreditem em vocês próprias, sejam confiantes, tenham voz firme – a vossa postura ditará muito mais o rumo da vossa carreira que as vossas competências técnicas”.

Aluna do terceiro ano da Licenciatura em Engenharia Informática e de Computadores, Raquel Rodrigues aproveitou a manhã para falar com as colegas e professoras do Técnico com quem partilhava mesa. “Na escola, sempre me senti ‘puxada’ para a informática – tinha interesse na matemática e na ciência”, partilha. Depois de um contacto positivo com programação no 12.º ano, escolheu ingressar no Técnico “porque é a melhor faculdade para engenharias em Portugal”. Satisfeita com a existência de iniciativas como esta, e dando o exemplo da composição do painel, a estudante considera que “é bom ver o exemplo de carreiras que seguiram e é uma inspiração que nos leva a continuar o nosso trabalho de forma dedicada; é sempre bom ouvir as histórias das pessoas à nossa volta”.

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