O objetivo do AeroTéc (Núcleo de Estudantes de Engenharia Aeroespacial) é sempre que o cartaz da Semana Aeroespacial (SA) seja estratosfericamente completo e versátil. Para tal, a organização aposta em atividades distintas, profissionais de destaque que provoquem na audiência uma sensação de identificação, e claro um vasto leque de empresas que se revejam na qualidade dos alunos do Técnico e tenham oportunidades de relevo para os mesmos. Entre os dias 2 e 5 de março, este esforço da organização e a atratividade da área voltaram a ditar o sucesso do evento.

O controlo do tráfego aéreo, os desafios da exploração espacial, o sistema de navegação por satélite Galileo, os desafios e as oportunidades para criação de empresas, foram alguns dos temas abordados nas palestras ao longo dos dias. “A semana é feita para alunos de aeroespacial, mas não só. O nosso principal objetivo é conseguir trazer os melhores oradores de renome com carreiras diferenciadas e um percurso de sucesso”, frisa Mariana Ribeiro, um dos elementos da organização da SA. “Na feira de empresas, por sua vez, tentamos trazer as empresas que tenham mais oportunidades”, acrescenta de seguida.

Na escolha dos oradores, a equipa do AeroTéc faz sempre questão de convidar as pessoas que além de uma carreira de sucesso provocam nos alunos uma sensação de identificação, ou seja, que tenham uma ligação ao Técnico. “Tentámos trazer muitos alunos do Técnico porque passaram pelo mesmo percurso que estamos a fazer, e agora têm posições estáveis, de destaque, e isso é inspirador”, vinca Mariana Ribeiro. Do outro lado, a recetividade ao convite é quase sempre imensa, como destaca a aluna: “os antigos alunos aceitam facilmente os nossos convites. Às vezes o mais complicado são mesmo as agendas muito ocupadas. Em geral, eles adoram vir cá porque gostam de conhecer os alunos e regressar ao Técnico”.

Quem assistiu à palestra de Bruno Mendes, Project Manager A400M Training Devices and Simulators na Airbus e antigo aluno do Técnico, percebeu exatamente esse gosto e a vontade de inspirar e simultaneamente acalmar os medos dos alunos face ao mercado de trabalho. Perante um centro de congressos muito composto com alunos dos vários cursos do Técnico, o alumnus Engenharia Aeroespacial conduziu uma palestra muito pessoal e focada naquilo que considerou ser importante a plateia ouvir. “Pus-me na vossa posição e fiz a minha apresentação mediante isso”.

Através das características pessoais e percursos profissionais do grupo de amigos que fez no Técnico, Bruno Mendes foi deixando escapar um conjunto de lições que considera importantes para quem quer uma carreira nesta área. “A primeira de todas as conclusões que podemos tirar é que 100% dos alunos de aeroespacial consegue integrar-se na sociedade e chegam até a casar-se”, dizia em tom divertido. A importância de fazer Erasmus para abrir horizontes e começar a experienciar ambientes internacionais “porque provavelmente vamos acabar por trabalhar fora de Portugal”, o reflexo que o primeiro trabalho acaba por ter no desenvolvimento de toda a carreira, ou o peso dos contactos que se vão fazendo e que se revelam essenciais no percurso foram alguns dos assuntos que dominaram a apresentação do alumnus. “É natural que quando começamos a trabalhar num ramo, comecemos a especializar-nos e continuemos nessa área por muito tempo”, vincava Bruno Mendes.

Ainda que forma muito ligeira, o orador acabaria por explicar a essência das suas funções na Airbus, fazendo referência à dimensão da equipa e a alguns dos projetos atuais ou futuros da empresa. Relativamente ao recrutamento, o orador referia que tirando a divisão de Defesa e Espaço em que trabalha – que está neste momento a reduzir os recursos humanos, a empresa está sempre a recrutar, apontando alguns dos programas aos quais os alunos se podem candidatar se quiserem trabalhar na companhia área. Salientando que uma das coisas mais importantes que se leva do Técnico são “efetivamente os amigos”, o alumnus terminaria a sua apresentação com um jogo divertido, testando o que a plateia reteve da sua apresentação. No final, foi aplaudido efusivamente pela partilha pessoal que promoveu e pela proximidade com que o fez.

Enquanto no centro de congressos as palestras cativavam várias dezenas de participantes, no átrio do Pavilhão Central várias empresas davam-se a conhecer aos alunos do Técnico, apresentando as várias oportunidades e dando dicas sobre como aceder às mesmas. Thales, Edisoft, a NOS e a Hifly foram algumas das empresas que passaram pela feira de empresas da SA.

Manifestando a satisfação da equipa com o sucesso desta missão, Mariana Ribeiro explica esse êxito não só com o interesse crescente pela área do espaço, mas não afasta o mérito da organização em conseguir chegar aos vários cursos do Técnico. “Há da nossa parte o cuidado de tentar trazer pessoas de outros cursos como oradores, porque gostamos de falar para os alunos do Técnico em geral, e há muitos estudantes que apesar de não estarem no nosso curso têm interesse na área de espaço  revêm-se no nosso programa”,  aponta.