O ditado diz “que depois da tempestade vem a bonança”, no caso do TecStorm podemos dizer que depois da tempestade de boas ideias, a bonança chega sob a forma de muitos projetos inovadores e impactantes para a sociedade. Conseguindo superar os ótimos resultados de anos anteriores, a 4.ª edição da maratona tecnológica organizada pela JUNITEC- Júnior empresas do Instituto Superior Técnico, que decorreu entre 28 de fevereiro e 1 de março, contou com 104 participantes divididos em 24 equipas e muita inovação. Desde a 1.ª edição, que aconteceu em 2017, o número de participantes desta hackathon universitária aumentou em 400%.
“A quarta edição do TecStorm foi mais um sucesso, contamos com a presença de participantes de todos os pontos do país, mentores e formadores excelentes, parceiros com grande destaque no panorama nacional e ainda convidados ilustres, como o Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor”, partilha Sara Paisana, uma das responsáveis pela organização da maratona tecnológica. Além dos muitos alunos do Técnico que como hábito aderiram em massa ao desafio da JUNITEC, esta edição contou com estudantes vindos dos mais variados pontos do país, como Porto, Guimarães, Guarda, Leiria e Portimão.
Tendo como pilares a tecnologia e o empreendedorismo, o Tecstorm desafia os alunos universitários a inovar, transformando ideias em protótipos que deem vida a um projeto com impacto. Ao longo de 28 horas, onde o cansaço e criatividade andam de mãos dadas, a equipa da JUNITEC é incansável, assegurando que nada falta nesta corrida contra o tempo e em prol da inovação. Além do desenvolvimento de protótipos, as equipas têm que apresentar ao júri um plano de negócios e um pitch que sustente a legitimidade social da invenção. “Este ano, o slogan desta edição era ‘Launch your idea’ que remete para oportunidade que o TecStorm oferece para lançar ideias, onde o céu é o limite”, explica Sara Paisana. Tudo isto acontece dentro de um ambiente muito energético, tecnológico e onde até a entreajuda tem lugar.
Este ano, estavam em jogo 6000 euros em prémios que seriam atribuídos aos três projetos que se destacassem em cada uma das categorias da competição: “Sustainable Cities”, patrocinada pela Ciência Viva, e que abarcava os projetos relacionados com o desenvolvimento tecnológico sustentável das cidades; a categoria “Social Good”, patrocinada pela Fundação Calouste Gulbenkian, estava relacionada com o desenvolvimento sustentável das cidades; e, por fim, a categoria “5G – The Network of the Future”, patrocinada pela Vodafone, pretendia o desenvolvimento de projetos passíveis de incorporar a rede 5G.
Na categoria “Sustainable Cities”, a proposta vencedora foi a de dispositivo que permite a deteção prematura de falhas nos transportes públicos, permitindo otimizar a gestão das redes de transportes urbanos, economizando tempo, tanto às empresas como à comunidade. Uma aplicação capaz de fazer o reconhecimento da área circundante ao utilizador, ajudando a agilizar e tornar mais seguro o dia a dia de pessoas cegas nas cidades arrecadou o primeiro prémio na categoria “Social Good” e também o prémio de Melhor Protótipo, patrocinado pela Worten. Já na categoria “5G – The Network of the Future” a equipa vencedora desenvolveu um sistema de vigilância dos fogos, apoiado em inteligência artificial, substancialmente mais rápido e eficiente do que os meios de deteção já existentes. “Estes três projetos distinguiram-se dos restantes pela qualidade do seu pitch, business model canvas e protótipo, critérios utilizados pelos jurados para avaliar os projetos”, sublinha Sara Paisana.
Como é usual, os alunos do Técnico deixaram a sua marca na competição, estando a escola muito bem representada no lote das equipas vencedoras, uma vez que tanto a equipa vencedora da categoria “Sustainable Cities”, os STOCHASTIC, como o grupo de estudantes que se destacou na categoria W5G-The Network of the future”, a equipa OUT_TO_LUNCH, são compostas somente por estudantes do Técnico. Já os vencedores na categoria “Social Good”, os Mind7, tinham 3 elementos que são também alunos da escola.
“Por todo o feedback que recebemos, podemos concluir que o TecStorm correu muito bem. Foram meses de preparação que culminaram neste evento de 3 dias e temos a sensação de dever cumprido”, assinala Sara Paisana. “A qualidade dos projetos em competição teve uma melhoria significativa, na nossa ótica isto deve-se a uma aposta numa melhor qualidade dos materiais e equipamentos, no contacto prévio com os mentores, e pelo processo de avaliação mais transparente para os participantes, com recurso à plataforma Taikai”, vinca ainda a aluna.
Visto pela organização como uma “oportunidade de jovens estudantes lançarem as suas ideias, à semelhança do que é feito na JUNITEC”, o TecStorm é planeado ao detalhe tendo sempre esse objetivo bem presente. “Como jovens empreendedores, apostamos na criação de projetos que tenham alto impacto para a sociedade, e com este evento quebramos todas as barreiras para que qualquer jovem universitário o possa fazer”, frisa Sara Paisana.