Miguel Tomás é o CTO e co-fundador da Bica Studios, uma startup portuguesa que desenvolve jogos prontos para explorar o potencial das plataformas móveis. Além disso, é também antigo aluno de Engenharia Informática e de Computadores no Técnico, para onde entrou em 2007 e a que faz questão de se manter ligado. “As ligações com faculdades são sempre a melhor forma de ligarmos a parte académica com a empresa”, explica.
Desde “sempre” que quis fazer jogos, garante. “Comecei por querer fazer game design, depois Arte e 3D, ainda tentei som…” Em 2013, já depois de ter trabalhado numa outra empresa de jogos, decidiu abrir a Bica, com Nuno Folhadela (atual CEO).
Foi um desafio. “Sabíamos que queríamos fazer jogos, sabíamos como é que se faziam jogos, mas todo o processo de criação de empresa, internacionalização e crescimento era uma novidade para nós. Foi um desafio muito interessante, e continua a ser”, diz. Começaram com uma equipa de quatro pessoas. Hoje têm 13 elementos (vindos de Portugal, México e Rússia), e três deles são antigos alunos do Técnico. Aluém de Miguel Tomás, também Nuno Monteiro (Lead Engineer) e João Catarino (Game Programmer) estudaram na escola.
O CTO garante que o quotidiano na Bica Studios (atualmente instalada no Vodafone Labs) é “bastante relaxado”. “Gostamos de jogos e lutamos todos pelo mesmo objetivo, e isso é muito, muito positivo.” Neste momento, a empresa já lançou dois jogos: o Smash Time e o Slice In, radicalmente diferentes. “O Smash Time é um smasher, temos um grupo de heróis que têm que salvar o planeta e nós ajudamos, esmagando os «blobs» antes que eles ataquem os nossos heróis. (…) O Slice In é um jogo mais casual, num universo menos rico. É um desafio interessante, um jogo rápido, em que temos uma bola e fatias para encaixar nos buracos dessa bola.”
Para já, Miguel Tomás garante que a receção aos dois projetos está a ser boa: “Temos espaço para melhorar e é isso que estamos a fazer”. O objetivo é “fazer crescer os nossos jogos e a marca, não só em Portugal, mas lá fora”, e o facto de estar em Portugal não é um problema. “A única coisa que falta aqui é o conhecimento da própria indústria, que está toda na América, no Japão, em Inglaterra, onde há muitos anos disto.”
A quem está interessado em entrar na área, o alumnus dá um conselho: “Hoje temos plataformas que permitem a qualquer pessoa começar. Comecem a fazer jogos e candidatem-se. Falem com as pessoas, connosco e com toda a gente que está ativa na comunidade dos jogos. E lembrem-se: vingar requer trabalho”.