Durante três dias, 22 a 24 de julho, o Técnico foi palco da troca de conhecimentos dos alunos da Sino-European Engineering Education Platform (SEEEP), uma plataforma criada em 2010 e que resulta de uma cooperação entre a rede CLUSTER de escolas de Engenharia de elite europeias, e 18 universidades de topo selecionadas pelo ministério da Educação chinês. A importância do papel do Instituto Superior Técnico nesta plataforma reflete-se, desta feita, na escolha da escola como palco deste importante encontro que reuniu estudantes de dois programas doutorais. “O Técnico tem tido um papel importante na SEEEP, desde o seu lançamento, já que exercia então a presidência de rede CLUSTER”, explica o professor José Santos-Victor, docente do Técnico e um dos organizadores do workshop e atualmente coordenador da plataforma SEEEP pelo lado Europeu. O workshop estendeu-se ao longo de três dias, 22 a 24 de julho, e bateu o recorde de participantes das anteriores edições.
O programa da atividade dividiu-se em duas áreas, sendo o primeiro dia dedicado à Energia e Transportes, e o segundo à Robótica e Inteligência Artificial. A aglomeração das matérias num único programa foi reflexo não apenas do cruzamento das mesmas em diversos domínios, mas também da interdisciplinaridade fomentada pela plataforma SEEEP.
O workshop contou com 87 participantes, provenientes das escolas que participam nestes programas: o Técnico, o Karlsruhe Institute of Technology, a Universidade de Tongji ,a Shanghai Jiaotong University, a Harbin Institute of Technology e a Zhejiang University. Além de assistir às inúmeras apresentações, os participantes do workshop tiveram oportunidade de serem protagonistas das mesmas, mostrando o trabalho que desenvolvem. “Tivemos um total de 51 apresentações e discussões técnicas”, partilha o professor José Santos-Victor. Além disto, os alunos tiveram oportunidade de visitar o Instituto de Sistemas e Robótica (ISR) e o Centro de estudos em Inovação, Tecnologia e políticas de Desenvolvimento (IN+), momentos estes que deixaram os estudantes externos muito bem impressionados com o trabalho desenvolvido nestas unidades de investigação.
O professor Alexandre Bernardino, docente do Departamento de Engenharia Eletrotécnica e de Computadores do Técnico e investigador do ISR-Lisboa foi um dos oradores que subiu a palco para mostrar como a robótica pode ser usada para ajudar pessoas idosas. Explicando que uma das motivações por detrás do projeto que encabeça está a previsão de que “em 2050 mais de 30% da população da Europa estará acima dos 65 anos de idade” assim como o facto de “com o aumento do isolamento ou do internamento em instituições propiciar um comportamento sedentário nos idosos”, o docente do Técnico apresentava depois os objetivos do trabalho realizado, os pilares do projeto Augmented Human Assistance (AHA) assim como as conquistas que a sua equipa tem atingido. Por fim, e aguçando a curiosidade da plateia, o investigador do ISR demonstrou alguns dos vídeos que comprovam os efeitos sociais dos jogos e dos robôs desenvolvidos. “Robôs treinadores e assistentes cognitivos podem ser complemento útil para o terapeuta humano”, destacava, por fim o docente, em jeito de conclusão. As perguntas da audiência que se seguiram, demonstravam bem o interesse gerado e o arrojo do projeto.
“Foi uma oportunidade de conhecerem melhor Portugal, Lisboa, o Técnico e o ISR que organizou o workshop em colaboração com o IN+”, salienta o docente do Técnico. “O objetivo último é fomentar a cooperação académica e investigação científica, nomeadamente aumentando o número de alunos chineses no Técnico, em programas de mestrado e sobretudo doutoramento, o que já tem vindo a acontecer, em parte devido à nossa colaboração na SEEEP”, sublinhou ainda o coordenador da plataforma.