Ciência e Tecnologia

“Queremos divulgar a Ciência em geral e a Física em particular”

O NFIST organiza atividades que dão a conhecer várias áreas científicas, fazendo questão de mostrar que a Física não é um bicho-de-sete-cabeças.

Na sala reservada para as atividades do NFIST – Núcleo de Física do Instituto Superior Técnico, o burburinho é grande. Depois de algumas experiências mais ou menos apreciadas pelo grupo que participa nas atividades do Verão na ULisboa, as atenções estão agora focadas num enorme e estranho objeto num dos cantos da sala.

Só os monitores sabem do que se trata – um gerador eletrostático de Van de Graaff – e a curiosidade impera sobre os mais novos, até se ouvir a pergunta: “Quem quer levar um choque elétrico?”. De repente, o burburinho é substituído pelas gargalhadas excitadas e, durante cerca de 20 minutos, as experiências sucedem-se e tornam a atividade um sucesso. Pelo caminho, passaram a saber um pouco mais de mecânica, eletromagnetismo, ótica e termodinâmica.

As participações do NFIST no Verão na ULisboa – um programa de férias da Universidade de Lisboa onde os alunos de Ensino Básico e Secundário têm a oportunidade de ver como funcionam várias áreas do conhecimento – são apenas a ponta do iceberg de um núcleo com muito para dar, e que consegue, diz a sua vice-presidente Rita Costa, “ter coisas que agradam a toda a gente”.

Dividido em cinco áreas operacionais – Pulsar (uma revista de divulgação científica), Info (suporte informático), Recreativa (organização de convívios e torneios), Astro (divulgação e observações astronómicas) e Circo (atividades de divulgação científica para o público em geral) – o NFIST é um dos núcleos de estudantes do Técnico com maior número de atividades ao longo do ano: recebe cerca de 2000 alunos de Ensino Secundário por ano, organiza observações astronómicas, visita escolas… “O objetivo é claro, queremos divulgar a Ciência em geral e a Física em particular”, explica Rita Costa, antes de acrescentar: “Claro que também queremos mostrar às pessoas que a Física não é um bicho-de-sete-cabeças, queremos que partilhem o nosso interesse e eventualmente fazer com que alguns dos participantes venham para o nosso curso”.

A secção mais dinâmica é o Circo: “Durante todo o ano temos sempre escolas a contactar-nos e a pedir visitas e demonstrações. Além disso temos a organização da Semana da Física [onde recebem alunos de Ensino Básico e Secundário], que tem no Circo a sua atividade principal, e outras ações junto do público em geral”, afirma a estudante do 3.º ano de Engenharia Física Tecnológica. Para se manter assim, o NFIST depende da constante entrada de novos elementos, que “recrutam” dentro e fora do cursos. “Desde que estejam interessados, recebemos alunos de todos os curso. As experiências que fazemos não são muito complicadas e não há nada que, com uma pequena explicação, vá para lá daquilo que qualquer aluno consegue fazer.”

Para Rita Costa, estar envolvido no NFIST é “a melhor forma de assegurar que há palhaçada”, da boa, na vida dos estudantes do Técnico. “Acho que todos os alunos do Técnico sentem que os cursos são muito puxados e são obrigados a trabalhar muito. É muito importante fazer alguma coisa além disso, e temos muitas coisas para fazer aqui. Se uma pessoa gostar imenso de programar, ou fazer websites, temos a Info; se a pessoa for muito sociável e quiser organizar convívios e jogos, temos a Recreativa; se a pessoa quiser tirar o pó aos conhecimentos de português, pode ir para a Pulsar; se gostar imenso de olhar para as estrelas tem a Astro; se gostar de fazer palhaçada, tem o Circo”, resume.