Diogo Abreu, aluno de Engenharia Eletrotécnica e de Computadores, e João Rodrigues, antigo aluno de Engenharia Mecânica, vão participar nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, que começam esta sexta-feira, em representação de Portugal.
Esta é a primeira participação de Diogo Abreu, ginasta (trampolins) de 22 anos, numas Olimpíadas, que contrasta enormemente com a sétima participação de João Rodrigues – é o atleta nacional com mais presenças na história em Jogos Olímpicos. O veterano participará na competição de Vela (Class RSX), e foi escolhido para porta-estandarte de Portugal.
Ambos começaram a prática das respetivas modalidades aos 9 anos. Diogo Abreu fê-lo por influência da mãe, Margarida Abreu, e começou pelo duplo mini-trampolim, no Sporting Clube de Portugal. Aos 16 anos passou definitivamente para o trampolim, e foi aí que chegou aos resultados mais significativos da sua carreira (este ano, alcançou o 14.º lugar nos Europeus de Trampolins, e ficou na 4.ª posição nas qualificações do evento teste de apuramento para os Jogos Olímpicos (JO), que decorreu no Rio de Janeiro).
Numa entrevista ao jornal i, o ginasta garante que é possível conciliar a ginástica e a Engenharia Eletrotécnica. “Sempre fui muito bom aluno e sabia que o que queria ser era engenheiro eletrotécnico. Tenho a noção de que nos trampolins, por exemplo no Campeonato do Mundo deste ano, se os vinte segundos não corressem bem, já não ia ao JO. Pensei que seria importante ter um plano B. Acho que é possível conciliar os dois, sempre foi possível. Tive que sacrificar muito tempo mas não me arrependo. Tenho sido bastante feliz.”
João Rodrigues também fez questão de conciliar a prática desportiva com os estudos e, mais tarde, a carreira profissional. José Garcia, chefe da Missão Rio 2016, referiu isso mesmo aquando da escolha do madeirense de 45 anos para transportar a bandeira nacional na cerimónia de abertura: “Para a nomeação deste atleta de eleição foi considerado o impressionante currículo desportivo desta atleta que se iniciou na prática da Vela aos 9 anos (…). É um exemplo porque conciliou a exigente carreira desportiva com o seu percurso académico, tendo concluído a licenciatura em Engenharia Mecânica, e a isso soma-se uma postura cívica exemplar.”
Ao Diário de Notícias, João Rodrigues lembrou o momento em que, terminada a primeira experiência olímpica (Barcelona ‘92), decidiu que queria chegar a Atlanta ’96 – sem descurar os estudos. “Quando cheguei ao apartamento em Lisboa, o primeiro ato simbólico foi pegar no televisor e… guardá-lo no armário! Nos três anos seguintes, não saiu de lá. E a minha vida tornou-se extremamente simples: estudava e velejava 365 dias por ano, sempre totalmente dedicado a cada uma das atividades.”
O velejador, que alcançou em 2004 o seu melhor resultado olímpico, com um 6.º lugar, reagiu à “honra” de ser escolhido como porta-estandarte nacional. “Foi com enorme alegria que recebi (…) o convite para ser o porta-estandarte da Missão Portuguesa naquele que é o maior evento desportivo do planeta. (…) Ao longo dos últimos 28 anos, vivi intensamente seis edições dos Jogos Olímpicos. Integrei as diversas equipas olímpicas. Desta feita, creio que foi feito um enorme trabalho no sentido da criação de um espírito de equipa.”
Além dos dois atletas, também Pedro Pinotes, antigo aluno de Engenharia Civil no Técnico, participa nas Olimpíadas, em representação de Angola, na prova dos 400 metros estilos.
João Rodrigues competirá nas provas de Vela (Class RSX Masculino) a partir de dia 8 de agosto, e Diogo Abreu participará no torneio de Ginástica de Trampolins (Masculino), no dia 13 de agosto. Já Pedro Pinotes entra em competição logo no primeiro dia, 6 de agosto, nas eliminatórias dos 400 metros estilos (Masculino).