No dia 1 de outubro, o Técnico celebrou o Dia Mundial da Música partilhando playlists criadas por 11 investigadores de diversas Unidades de Investigação. O desafio foi simples: escolher dez temas que refletissem a sua relação pessoal com a música e como ela influencia o seu trabalho de investigação.
As 11 listas atravessam vários géneros musicais e oferecem uma visão da diversidade de gostos dentro da comunidade do Técnico. Além das músicas, os investigadores partilharam também os seus testemunhos, abrindo uma janela para o seu íntimo e as suas escolhas.
A campanha continuou a iniciativa de 2022 e foi partilhada através das redes sociais Facebook, Instagram (parte um, parte dois e parte três) e Twitter, mas não ficou limitada apenas aos investigadores. Foi lançado um desafio à comunidade do Técnico para que partilhassem as suas próprias músicas favoritas, usando a hashtag #TécnicoPlaylists. As redes sociais do Técnico foram recebendo contribuições da comunidade, tornando a celebração do Dia Mundial da Música verdadeiramente inclusiva.
Esta iniciativa destacou não apenas a paixão pela música dentro da comunidade do Técnico, mas também a forma como a música pode desempenhar um papel inspirador na investigação académica. A celebração do Dia Mundial da Música deixa claro que a música não é apenas uma forma de entretenimento, mas também uma poderosa fonte de inspiração para a mente académica.
Diogo Cabral (Técnico / ITI-LARSyS – Instituto de Tecnologias Interativas – LARSyS)
«A música sempre teve um papel importante na minha vida, desde cedo que me tornei num melómano, descobrindo e apreciando diferentes estilos musicais. Assim sendo, selecionar uma playlist de apenas 10 músicas torna-se um verdadeiro desafio. Mais do que selecionar uma ou outra música, a minha seleção representa vários estilos, músicos e bandas que me têm acompanhado ao longo do tempo.
Desde cedo a música clássica, aqui representada pelo Concerto para Piano 21 de Mozart, que se tornou a base para tudo resto. Depois a guitarra clássica, que tendo uma em casa, aprendi a tocar como autodidata, sendo as Asturias de Albeniz um desafio. Da guitarra clássica para a Portuguesa e a flamenca pelos seus dois maiores mestres, Carlos Paredes e Paco de Lucia. Ao mesmo tempo a descoberta do Jazz e dos Blues. Selecionei o “What a Wonderful World” que acompanha uma cena marcante do filme “Good Morning, Vietnam” que representa a forte ligação da música ao cinema, de que como as duas artes juntas nos podem marcar profundamente. Depois o rock com os eternos Queen e os mais recentes Placebo, passando pela música do mundo aqui representada pela Pizzica do Sul de Itália e que fez parte de um ano especial na cidade de Pisa, enquanto estudante Erasmus. Terminando na descoberta mais recente de Xavier Rudd, cuja música nos transporta para lugares especiais.»
Diogo Santos (Técnico / CeFEMA – Centro de Física e Engenharia de Materiais Avançados)
«A minha primeira recordação ligada à música é da satisfação de andar às voltas na sala de jantar às cavalitas do meu pai a ouvir o Ob-La-Di, Ob-La-Da dos Beatles no gira-discos. O meu pai tinha uma enorme coleção de discos de vinil (antes de ter uma ainda maior de CDs) e isso permitiu-me ter sempre imensos estilos de música disponíveis em casa. Mais tarde comecei a ter os meus próprios CDs, a tocar guitarra, a ir a concertos e festivais, e a música tem sido parte indissociável da minha vida. Tenho tentado passar aos meus filhos (de 8 e 11 anos) o mesmo prazer pela música, o que parece estar a resultar, pelo entusiasmo que demonstram ao irem continuamente atualizando as suas playlists no Spotify. A que partilho para o Dia Mundial da Música contém dez das centenas de canções de que gosto muito. Entre recentes e mais antigas, o único objetivo é que algumas destas canções deem aos ouvintes o mesmo gozo que me dão a mim.»
Gustavo Paneiro (Técnico / CERENA – Centro de Recursos Naturais e Ambiente)
«A música é uma das minhas principais fontes de concentração, inspiração e motivação. Tem impulsionado a minha vida desde tenra idade, uma vez que o fascínio de ouvir a mistura de sons era uma ferramenta perfeita para os meus pais controlarem o meu mau humor. Devo dizer que esta lista de reprodução de 10 músicas foi muito difícil de construir. No entanto, cada música selecionada representa uma parte da minha vida pessoal e profissional como investigador no CERENA.»
João Pires Ribeiro (Técnico / CEGIST – Centro de Estudos de Gestão do Instituto Superior Técnico)
«Como investigador, utilizo a música como uma ferramenta vital no meu ambiente de trabalho. A escolha de músicas específicas desempenha um papel crucial na minha produtividade e criatividade, o que torna a minha playlist eclética. Para diferentes fases do trabalho, diferentes estilos musicais. Se para momentos de revisão e maior cuidado a escolha recai sobre músicas serenas, já para momentos de alta criatividade ou intensidade a escolha recai sobre músicas intensas e enérgicas. Essa diversidade musical fornece o ritmo adequado para cada tarefa e é uma forma de motivação ao longo do processo.»
Luís Oliveira e Silva (Técnico / IPFN – Instituto de Plasmas e Fusão Nuclear)
«A minha vida tem muitas “bandas sonoras”, sempre presentes e marcando todos os momentos, com uma característica comum: exploração detalhada, acompanhada da audição exaustiva de compositores ou intérpretes específicos por períodos longos.
Aqui segui apenas um critério: compositores e intérpretes de que sou incondicional ouvinte e que farão sempre parte da minha banda sonora perfeita. Revisitei os meus tempos de adolescente radialista e procurando proporcionar pistas para surpresas, descobertas e reencontros. O alinhamento (particularmente introspectivo, para os compositores e intérpretes selecionados), promove agitação física e trepidação intelectual q.b.: de Zorn contido aos poemas fonéticos dos Pop Dell ‘Arte, de Coltrane suave a Gould e Bach acelerados, da subtileza de Cage aos minimalismos dos Velvet Undergound ou Sonic Youth, da LA de Beck ao amor contemporâneo de Monteverdi, cobrindo a gama infinita das sensações musicais, das emoções mais primitivas à abstração sublime.»
Marco Piccardo (Técnico / INESC-MN – Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores – Microsistemas e Nanotecnologias)
«A música é o combustível do meu dia-a-dia, tanto na vida profissional quanto pessoal. Ao raiar da aurora, nada como Van Morrison (#1) e os Bloody Beetroots (#2) para me impulsionar durante a minha rota matinal de bicicleta para o trabalho. Essas músicas são a minha versão de café expresso audível! Agora, no laboratório, os lasers e eu temos uma relação de amor e ódio. Quando as coisas não estão funcionando, Frank Sinatra (#3) me lembra que ‘That’s Life’. Mas quando tudo se alinha e eu sinto que estou à beira de uma descoberta, Fleetwood Mac (#4) entra em cena! Depois de um dia de reuniões intermináveis, a minha fórmula para descomprimir é a tríade Selton (#5), Kings of Convenience (#6) e Al Green (#7). É a minha ‘terapia de relaxamento’ pós-reunião.
Por fim, no papel mais desafiador e gratificante da minha vida — ser pai — essas músicas ganham um novo significado. ‘Cantiga Ao desafio’ (#8), ‘Pink Panther’ (#9) e ‘Il coccodrillo come fa’ (#10) não são exatamente lições de óptica quântica, mas são a chave para desvendar os mistérios mais profundos: como manter um pequeno humano entretido.»
Miguel Tavares da Silva (Técnico / idMEC – Instituto de Engenharia Mecânica)
«A música é muito importante na minha vida e no meu trabalho de investigação porque me faz sentir bem. Dito assim parece pouco… só isso, hão de pensar? No entanto, este pouco ‘soma tanto’, como dizia a canção. A música transcende-nos e transporta-nos. A música faz-nos rir e chorar, cantar e dançar. A música é abraço, é elixir, é balanço de alma. A música aproxima-nos, a música – se ouvida com atenção – também nos ensina… faz-nos ver mais longe. Por vezes canta os nossos medos, outras vezes é protesto, mas também pode ser alegria e vitória. A música é a verdadeira linguagem universal que todos compreendemos. É poesia com semínimas e colcheias…
Sempre andei lado a lado com a música, desde muito cedo… mas foi no secundário e nos anos de estudante do Técnico que o gosto cresceu, a primeira guitarra apareceu e as preferências musicais se marcaram e enraizaram… Tenho um gosto musical muito variado, sendo que, no entanto, o meu instrumento preferido é a guitarra, e isso reflete-se na playlist que vos envio. Ouço mais música internacional que Portuguesa e isso também acabou por se refletir na playlist. Não foi fácil escolher (apenas) 10 canções… Tive de fazer algumas concessões e a luta foi dura. Optei por isso por vos trazer músicas de algumas das minhas bandas preferidas, mas talvez menos conhecidas, e outras que, acredito, sejam de bandas ou artistas menos conhecidos da maioria, mas igualmente fantásticas. Espero que gostem!»
Patrícia Lourenço (Técnico / CiTUA – Centro para a Inovação em Território Urbanismo e Arquitetura)
«Esta playlist é um mix de alguns dos principais músicos/cantores que escolho quando trabalho, dependendo do meu humor e/ou tarefa envolvida. A vida e a pesquisa não teriam o mesmo sabor sem música! Espero que gostem!»
Pedro Lima (Técnico / ISR – Instituto de Sistemas e Robótica)
«A música é claramente a minha arte preferida, e uma paixão que vem desde a minha adolescência. É uma forma de expressão que permite veicular emoções, mensagens sociais e políticas, ou simplesmente elegância e beleza. Toco alguns instrumentos e cheguei a compor vários temas. O meu gosto musical é muito eclético, incluindo o pop/rock, o jazz, e as chamadas música clássica e contemporânea. Foi doloroso escolher 10 temas, porque por cada um deles poderia ter escolhido outros 10 na mesma linha, mas procurei varrer os vários géneros, a música anglo-saxónica, portuguesa e brasileira. Uma falha clara é a ausência de outras línguas. De França escolheria o Jacques Brel, de Cuba o Silvio Rodrigues, e por aí fora.»
Ricardo Santos (Técnico / CERIS – Investigação e Inovação em Engenharia Civil para a Sustentabilidade)
«Esperança… Alegria… Ansiedade… Tristeza… Quem não sentiu todas estas emoções? Investigar é um misto de emoções numa sucessão contínua que, tal como as estações do ano, vão mudando… umas mais tristes outras mais alegres…
A minha playlist tenta espelhar todo esse seguimento de sentimentos com músicas que não me deixam indiferente…»
Sílvia Monteiro (Técnico / LAIST – Laboratório de Análises do Instituto Superior Técnico)
«A música sempre foi e será crucial na minha vida. Transporta-me para momentos bons, momentos maus, situações caricatas da minha vida. A música sempre fez parte do meu percurso pessoal, académico e profissional. Quando consigo resultados positivos (ou não consigo) numa experiência, a música e a dança (não muito artística) estão sempre envolvidas. A música é ótima para nos estimular e nos deixar no mindset apropriado. A minha playlist reflete as músicas que me acompanharam durante o meu percurso académico, incluindo a passagem pelo IST como estudante, como técnica superior e como investigadora.»