A exposição intitulada “Psychedelia”, organizada pelo núcleo de estudantes Lounge, foi inaugurada no dia 2 de maio, no Átrio do Pavilhão Central, sob o olhar curioso de mais de 50 visitantes, entre os quais o Professor Rogério Colaço, Presidente do Técnico.
Num período em que se sente novamente a guerra, João Santos, estudante de Design de Equipamento na Faculdade de Belas-Artes, curador convidado da exposição, propõe uma revisita à forma como certas massas sociais percecionaram o mundo nos anos 60, época de surgimento de movimentos de libertação pela paz, feminismo e ação climática. “Era época de Guerra Fria e de consumo de psicadélicos”, explica. “No Técnico, estes temas são pouco falados, e achámos que fazia sentido”, complementa.
Cerca de 20 artistas, estudantes e alumni da Universidade de Lisboa, expuseram as suas pinturas, imagens, vídeos e instalações interativas, num itinerário em que a primeira obra é de Laura Amorim, estudante da Licenciatura em Matemática Aplicada e Computação do Técnico. “Já não me exprimia há algum tempo, tinha ideias, inspirei-me no Klimt e fiz um escape ao estudo”, comenta, revelando desejar vir a conciliar a arte e o trabalho na sua área de estudos.
Isabel Raposo, alumna de Engenharia Informática e de Computadores apresenta uma obra interativa inspirada na sua dissertação de Mestrado. “Estudei como fazer animações em vídeo a partir de música. Aqui, em “the dance of the spectator”, explorei as animações e a interação com o público”, mostrando um ecrã com uma câmera instalada. “O sistema escolhe funções aleatórias consoante o movimento das pessoas que passam, nunca sabemos que animações vão acontecer” questionando-se se se pode considerar que o sistema “é criativo” autonomamente.
Inês Duarte, a licenciar-se simultaneamente em Engenharia Informática (no Técnico) e Arte e Multimédia (em Belas Artes), autora da obra “Cyberstract”, complementa que “esta exposição é um escape para descobrirmos mais sobre nós, fazermos introspeção e uma pausa nos algoritmos”, comentando que conjugar os dois cursos é exigente, mas que só assim se sente realizada academicamente.
“Psychedelia” é uma iniciativa do Lounge, um núcleo de estudantes com uma no de existência que procura ser “o ponto intermédio entre o artista e o público” segundo Duarte Ghira, responsável pela organização da segunda exposição do Lounge. “Começámos 7 pessoas e agora já somos 25” orgulha-se, contando que já organizaram também jams musicais, sessões de comédia stand-up, poesia e quizzes. Uma das próximas ações será o Dia dos Mestrados do Técnico, na qual o Lounge é o programador musical do evento.