A professora Teresa Duarte, presidente do Departamento de Química e investigadora do Centro de Química Estrutural partilhou as suas sugestões de leitura para este verão.
“Este ano tem sido muito atípico e isso reflete-se também nas minhas leituras deste Verão. Usualmente o Verão é cheio de viagens e de conferências, este ano não se realizaram e não fui a nenhuma das três que tinha planeadas. Assim resolvi viajar um pouco na ciência, no meu caso, e dada a minha preferência, na Química. E para isso revisitei um livro de que gosto muito, e que é uma viagem, ou melhor como o autor lhe chama “Uma história da Química através de tudo”. O livro é “Haja Luz!” (IST Press, 2011) escrito por Jorge Calado, Professor Catedrático aposentado do Departamento de Engenharia Química e Professor Emérito do IST/Universidade de Lisboa. É um livro que folheio e paro em um qualquer dos seus 11 capitulos e leio e viajo na ciência, na pintura, na música, na história, na fotografia… Recomendo! Tal como o autor diz, o livro destina-se: ”Aos curiosos de todas as idades para quem o risco da aventura humana é a mais bela de todas as motivações. Investigar é dar um salto no escuro, sem ter medo do papão”.”
“Recomendo vivamente o livro “Confesso que vivi” (Europa-América, 1993) de Pablo Neruda. É também por assim dizer uma viagem, mas aqui pela vida e memórias do escritor, desde a sua infância em Temuco uma cidadezinha no sul do Chile, passando pelas suas viagens pelo mundo e pela politica num periodo de enorme turbulência, até ao seu regresso ao pais natal. O modo como escreve, sempre na primeira pessoa, e descreve fazem-nos chegar os cheiros, ver as paisagens e sentir as pessoas. Eu conhecia o Pablo Neruda poeta, se puderem leiam “The come back – the lost Neruda poems” (Bloodaxe, 2017), mas não tinha descoberto ainda o prosador.”
“E para quem leu “The Handmaid´s Tale”, a curiosidade sobre o futuro em Gilead levou-me a comprar, numa visita à FNAC, “Os Testamentos” (Bertrand, 2020) de Margaret Atwood. É a sequela do primeiro e estou curiosa por saber como é que a autora projectou este novo livro de modo a torná-lo inesquecivel como o primeiro. São três as narradoras dando perspectivas diferentes sobre o como se vive em Gilead quinze anos depois de DeFred nos contar a sua história. Estas obras distópicas mostram um mundo que queremos a todo o custo evitar!”