“Eu entrei no clube há três anos, através das captações da AEIST [Associação dos Estudantes do Técnico]. Mas foi fora do campo que senti a diferença: dar treinos às crianças, participar em projetos sociais, ver a comunidade aproximar-se do Técnico. Isso é o que mais marca”. As palavras de Tomás Martins, estudante de Mestrado em Engenharia Electrotécnica e Computadores do Técnico e membro do Técnico Futebol Clube, sintetizam o espírito deste projeto para a época que agora começa. O clube foi criado por alumni do Instituto Superior Técnico e reúne agora diferentes gerações em torno da competição, da formação e da intervenção social.
“Tudo começou com um grupo de amigos que se conheceu no Técnico”. O testemunho de João Santos, presidente da direção do Técnico de Futebol Clube (TFC), resume a origem de um projeto que nasceu, em 2017, da vontade de prolongar os laços criados nos tempos de universidade.
“O futebol juntou-nos, mas a amizade foi mais forte do que o jogo. O clube foi criado para dar continuidade a essa ligação e, desde então, tem crescido em várias frentes”, partilha João Santos.
Atualmente, o crescimento traduz-se em três equipas titulares – sénior, veteranos e universitária – que competem em diferentes escalões e campeonatos. A equipa universitária resulta da parceria com a Associação dos Estudantes do Instituto Superior Técnico (AEIST), representando a Escola nos torneios académicos e competindo, em simultâneo, no Campeonato Distrital da Associação de Futebol de Lisboa (com uma mistura de alumni e atuais estudantes). A equipa sénior prepara a sua segunda participação nesta prova, depois do 11.º lugar alcançado na época passada (e da vitória na Liga de Futebol INATEL, em 2023) , sempre com o objetivo de consolidar a competitividade dos jogadores mais novos para as fases decisivas dos campeonatos universitários, onde o Técnico já conquistou títulos regionais e nacionais.
A nova época assinala também o arranque de um projeto com impacto social: o Frame Football, desenvolvido em parceria com a Faculdade de Motricidade Humana. A iniciativa permitirá a crianças com paralisia cerebral praticar futebol com recurso a andarilhos adaptados. “O futebol é só o ponto de partida. O nosso objetivo é criar condições para que estas crianças possam jogar e sentir-se parte do jogo”, sublinha João Santos.
A vertente formativa acompanha esta missão. Todas as semanas, crianças do infantário da APIST, Associação do Pessoal do Instituto Superior Técnico, entre os 4 e os 6 anos, têm sessões de iniciação ao futebol orientadas por jogadores da equipa universitária. “É uma forma de transmitir valores e espírito de equipa desde cedo e de reforçar o espírito de equipa que procuramos cultivar em todas as frentes”, acrescenta. Paralelamente, estudantes do Técnico dinamizam explicações gratuitas no Centro Intergeracional do Areeiro e organizam torneios comunitários que aproximam o clube de associações locais.
Voltamos ao estudante e atleta Tomás Martins: “Foi-se criando uma ligação, que acho que é o grande objetivo do clube: aproximar todas as gerações. A amizade foi crescendo, tanto com pessoas da minha idade como com o pessoal mais velho. E hoje em dia já está tudo junto”.
Esta capacidade de unir pessoas de diferentes idades e experiências é, para João Santos, o pilar que garante a continuidade do projeto: “Só estamos aqui porque sentimos esse privilégio de pertença ao Técnico. Queremos que este projeto se mantenha de geração em geração”.
“Não queremos ser apenas mais um clube, mas uma estrutura que concilia a vida académica, a prática desportiva e a responsabilidade social”, complementa.
O arranque da nova época ficou ainda marcado pela apresentação de uma viatura de apoio às atividades desportivas e sociais do clube. O veículo, adquirido com o apoio da Câmara Municipal de Lisboa e da empresa Carclasse, servirá as diferentes equipas e modalidades, mas também os projetos comunitários que o Técnico Futebol Clube dinamiza.