A cerimónia de entrega dos Prémios Científicos Universidade de Lisboa / Caixa Geral de Depósitos teve lugar no dia 23 de novembro, pelas 17h30, no Salão Nobre da Reitoria da Universidade de Lisboa. Nessa tarde de quinta-feira, Luís Oliveira e Silva, professor do Instituto Superior Técnico e investigador no Instituto de Plasmas e Fusão Nuclear (IPFN), preparava-se para dar início ao evento com uma palestra intitulada “Ser cientista em Portugal no século XXI”. Mais tarde, e ao longo desta cerimónia, vários docentes do Técnico de diversas áreas científicas viriam a ser premiados pelo seu trabalho de investigação.
A apresentação de Luís Oliveira e Silva centrou-se nos progressos e desafios da ciência portuguesa ao longo do século XXI, recorrendo a indicadores estatísticos que revelam a eficácia e produtividade dos investigadores portugueses, apesar de um investimento inferior ao que é feito noutros países europeus. O docente apresentou uma visão pessoal que contrapôs “o que já se passou no século XXI” com alguns dos desafios que identifica para os próximos anos, tendo como base a sua “condição de cientista trabalhando em Portugal desde 2001” e as suas experiências de ensino, orientação e colaboração em projetos de investigação nos Estados Unidos da América e no Reino Unido. Na sua opinião, muitos dos desafios que apresentou “devem ser resolvidos por todos nós, membros desta comunidade [académica], que temos responsabilidades e ocupamos diferentes posições”.
“O spleen da ciência em Portugal em 2023” foi um título alternativo que encontrou para a palestra, referindo-se ao termo empregue pelo poeta Charles Baudelaire para descrever uma “melancolia cosmopolita de final de século”. Originalmente aplicada à cidade de Paris, a palavra “spleen” foi desta vez invocada por Luís Oliveira e Silva para descrever a melancolia que diz sentir em relação à ciência em Portugal, “um hiato de transição” que, por outro lado, também traz “alguma esperança num novo salto qualitativo, uma nova suplantação de grandes desafios que nos permita recentrar a ambição que nos trouxe até aqui”.
Pautando a palestra com citações de Mariano Gago, antigo ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (e alumni do Técnico), Luís Oliveira e Silva apelou à promoção da atratividade da carreira científica e terminou parabenizando novamente os vencedores dos prémios que viriam a ser oficialmente galardoados minutos depois.
Os Prémios Científicos Universidade de Lisboa/Caixa Geral de Depósitos, entregues nesta cerimónia, são constituídos por um incentivo para a investigação no valor de 6.500€, com o intuito de premiar a atividade de investigação científica e a publicação internacional de elevada qualidade e impacto.