A vida académica e profissional de Kristin Schüler já a fez viajar muito. A investigadora do Instituto de Bioengenharia e Biociências (iBB), unidade de investigação do Instituto Superior Técnico, já passou por países como Alemanha, México, França, Japão, Espanha, Polónia e China. No entanto, a bolsa INPhINIT que acaba de receber pela Fundação ‘la Caixa’ dá-lhe motivos para prolongar a sua estadia no Técnico em três anos, desenvolvendo a sua investigação em torno da osteoartrose.
Contando-se entre os cinco jovens investigadores a estudar em Portugal que receberam esta bolsa (de um total de 65 a nível ibérico), Kristin Schüler desenvolve um projeto de doutoramento no iBB com vista a produzir um novo modelo de monitorização de fármacos em cartilagens in-vitro. Procura, desta forma, analisar os mecanismos por detrás da osteoartrose, permitindo a criação de novas terapêuticas. O projeto inclui o desenvolvimento de novos biomateriais, bioimpressão, culturas de células estaminais e diferentes técnicas de microscopia e métodos de análise.
Até 2019, trabalhou como engenheira inserida na indústria. Desde então, Kristin estudou áreas como Engenharia Biomédica, com especialização em órgãos artificiais e Medicina Regenerativa, e Biomateriais e respetivas aplicações médicas. No verão de 2021, por ocasião de um estágio de Erasmus, teve a oportunidade de frequentar um semestre no Técnico. “Comparando com a Alemanha”, a investigadora sentiu “que era exigido mais trabalho em grupo e que as competências de apresentação dos [seus] colegas portugueses eram espantosas”.
Atualmente, insere-se no Grupo de Pesquisa em Engenharia de Células Estaminais e Medicina Regenerativa (SCERG, na sigla inglesa) do iBB. “Creio que o meu percurso diverso – com experiências profissionais em vários países e em campos como a indústria e a investigação – foi crucial para que me pudesse tornar a jovem investigadora que sou hoje”, explica a aluna de doutoramento.
Para além do financiamento da sua investigação, enquanto bolseira ‘la Caixa’, Kristin Schüler tem agora a oportunidade de participar em encontros anuais com outros bolseiros, permitindo a partilha de experiências nas respetivas áreas. Após frequentar o primeiro, diz já ter ficado a conhecer projetos de Ciências da Vida, Física Teórica, Literatura e Direito. A par destes encontros, a bolsa inclui também eventos de formação avançada e sessões individuais de acompanhamento profissional. “Todas estas atividades de networking e desenvolvimento pessoal serão decisivas para a nossa progressão na carreira e para nos consolidarmos enquanto investigadores”, considera Kristin.
A bolsa INPhINIT é dedicada a investigadores de doutoramento em início de carreira, alocando-os a instituições de excelência em Portugal e Espanha, nos ramos da Biologia, Ciências Médicas, Física, Tecnologia, Engenharia e Matemática.