Arrancaram hoje os trabalhos do novo grupo de peritos nomeado para aconselhar e acompanhar a avaliação interna do programa de financiamento da Ciência, Horizonte Europa, tendo como coordenador Manuel Heitor, professor do Instituto Superior Técnico. Até ao final do ano, espera-se que sejam definidos os termos para a evolução dos programas europeus de apoio à investigação e inovação na Europa.
O grupo é constituído por 15 peritos, seleccionados entre 359 candidaturas considerando as competências técnicas e conhecimentos prévios dos programas de financiamento europeu, ao mesmo tempo que garantiu diversidade e equilíbrio de género, idade e representação geográfica. O grupo irá reunir mensalmente durante o ano de 2024 para complementar a avaliação interna com consultadoria, sendo esperado que dê tanto conselhos estratégicos como sugestões concretas para que o programa de financiamento possa ser flexível e atraente para investigadores e inovadores na Europa e noutros locais.
Manuel Heitor considera ser “uma honra presidir ao grupo de peritos que irá formular as recomendações sobre a forma como o Programa-Quadro da UE para a investigação e inovação pode continuar a acrescentar valor para o resto do Programa Horizonte Europa (2025-2027), com uma visão do futuro com a conceção do futuro programa-quadro”. E complementa: “A Europa encontra-se num ponto decisivo, confrontada com uma série de desafios e oportunidades críticos. Para permitir que a ciência e a tecnologia contribuam plenamente para a sua resolução, é necessário reforçar o orçamento global para I&D, juntamente com uma melhor articulação entre a UE e os Estados membros e as várias linhas de financiamento regionais para investigação e inovação”. O docente do Técnico realça ainda a necessidade de “garantir que os cidadãos estejam no centro dos desenvolvimentos futuros”, através de uma combinação de novas abordagens às relações sociedade-ciência, ao envolvimento dos cidadãos e às relações economia-ciência, bem como para “promover uma nova “onda” de inovação baseada na ciência”. “Uma dimensão importante deste processo consiste em promover a qualidade dos empregos na investigação e inovação, juntamente com a melhoria das carreiras de investigação para a Europa. Neste aspecto, a UE e o seu programa-quadro de investigação e inovação podem e devem desempenhar um papel de liderança na orientação dos potenciais desenvolvimentos a nível nacional e regional”, concluiu.
O programa Horizonte Europa é o maior instrumento de financiamento da Ciência, gerindo um orçamento de 95.5 mil milhões de euros para investigação e inovação entre 2021 e 2027. Está previsto que o orçamento se foque em quatro pilares: ciência excelente, desafios globais e indústrias competitivas, Europa inovadora e alargamento da participação e fortalecimento da Área de Investigação Europeia.