O Ministro da Ciência, Manuel Heitor, deslocou-se, esta segunda-feira, 13 de março, até ao Campo Tecnológico e Nuclear (CTN) do Instituto Superior Técnico para uma “Conversa com Investigadores”. Depois do campus da Alameda, que o Ministro visitou no passado mês de fevereiro, Manuel Heitor quis agora “reunir da forma mais informal quanto possível com os investigadores do CTN para debater temáticas que nos interessam a todos”, começou por dizer.
Perante uma audiência repleta de investigadores do CTN e acompanhado pelo Presidente do Instituto Superior Técnico, o professor Arlindo Oliveira, Manuel Heitor colocou em cima da mesa os temas de debate: o emprego científico, o empreendedorismo aliado à ciência e a relação entre a ciência e a sociedade.
O combate à precariedade foi um dos pontos principais do debate. Perante o “abuso do estatuto de bolseiro”, o governante defendeu que o Decreto n.º 57 de agosto de 2016, que determina o regime de contratação de doutorados, representa um “programa de estímulo ao emprego científico”, que vai “ajudar no combate à precaridade”, o que acabará por obrigatoriamente se refletir “no necessário rejuvenescimento e reforço dos quadros”. Até ao final da legislatura, o Governo pretende contratar 5000 investigadores em doutoramento.
O desenvolvimento destes objetivos depende não só do governo mas também das próprias instituições, explicou o Ministro. Facto este que está automaticamente ligado a outro dos temas discutidos: a ligação da ciência a outras áreas estratégicas, laços esses que possam por si só trazer financiamento autónomo para os projetos. “É necessário reforçar ou constituir novas instituições que possam servir novos desafios, criar emprego e potenciar o desenvolvimento económico”, disse o Ministro.
As declarações de Manuel Heitor depressa surtiram reações por parte da audiência, agradados pela ideia de “o ministro querer ouvir a perspetiva dos investigadores”, e pela intenção demonstrada pela tutela de “reconhecer o mérito”, ia-se ouvindo por entre os investigadores. “Nada farei sem vos envolver”, reiterou Manuel Heitor.