O projeto que alcançou o segundo lugar no concurso de ideias do Prémio Inovação Imprensa Nacional- Casa da Moeda (INCM) 2017 tem na sua génese a rubrica de vários docentes do Técnico. O projeto visa utilizar a tecnologia de fabrico aditivo para a produção de discos para a cunhagem de moedas de coleção com formas e detalhes geométricos complexos e impossíveis de fabricar através de tecnologias tradicionais. “Os discos produzidos por intermédio da tecnologia de fabrico aditivo são seguidamente cunhados recorrendo à tecnologia e aos equipamentos de cunhagem disponíveis na Unidade de Moeda da INCM”, explica o professor Paulo Martins, um dos investigadores envolvidos no projeto.
A equipa responsável pelo projeto está ligada ao Instituto de Engenharia Mecânica (IDMEC) e é constituída pelos professores Carlos Silva, Beatriz Silva, Luis Alves e Paulo Martins do Instituto Superior Técnico, pelo professor Ivo Bragança do Instituto Superior de Engenharia de Lisboa, contando ainda com a participação do engenheiro João Pragana. “Trata-se de uma equipa formada a partir do grupo de tecnologias de fabrico por deformação plástica do IDMEC”, explica o professor Paulo Martins.
A relação desta equipa com a INCM é muito antiga, e iniciou-se com o desenvolvimento das moedas bimetálicas de 100 e 200 escudos. Pouco tempo depois a equipa esteve envolvida no desenvolvimento da moeda bimetálica lamelar que foi emitida pela primeira vez em 1996 na comemoração dos 150 anos do Banco de Portugal. Uma ligação que se mantém até aos dias de hoje, como partilha o professor Paulo Martins: “alguns membros desta equipa trabalham com a INCM no desenvolvimento de um programa de elementos finitos destinado à cunhagem virtual de moeda e no desenvolvimento de moedas comemorativas transparentes ou parcialmente transparentes”.
E porque um prémio é sempre um estimulo adicional à criatividade, já há outras ideias em cima da mesa para o futuro: “a equipa tem outras ideias para o fabrico de espécimes numismáticos inovadores e vai continuar a trabalhar e a colaborar com a INCM”, reitera o investigador do IDMEC.
Além desta, mais duas ideias inovadoras foram distinguidas pela INCM. Em primeiro lugar ficou o projeto “Intralogistics Mobile Assistant Unit for Flexible Manufacturing Systems” (INTMOB), apresentado pelo Centro de Tecnologias e Sistemas da Universidade Nova, que tem como objetivo a criação de um robô autónomo para a intra-logística da INCM baseado nos princípios da Indústria 4.0. Por sua vez, o “BlockCarPollution”, da Universidade de Aveiro e da empresa Ubiwhere, alcançou o terceiro lugar e pretende disponibilizar aos utilizadores de transportes coletivos e partilhados um sistema inteligente de recompensas. As três ideias vencedoras foram premiadas com um financiamento de 500, 250 e 100 mil euros.