Ciência e Tecnologia

Projeto de investigadores do Técnico recebe prémio de economia azul

O SurfACT pretende reaproveitar os resíduos da indústria conserveira para a sua utilização em detergentes e cosméticos.

Os resultados chegaram a 29 de novembro – o projeto SurfACT, desenvolvido pelo Instituto Superior Técnico através do Instituto de Bioengenharia e Biociências (iBB), foi um dos projetos premiados na quarta edição do Blue Bio Value Ideation. Os investigadores envolvidos neste projeto são os estudantes Joana Almeida (mestrado em Biotecnologia) e Miguel Nascimento (doutoramento em Biotecnologia e Biociências) e os professores Frederico Ferreira e Nuno Faria.

O SurfACT pretende valorizar resíduos na indústria conserveira, promovendo uma economia circular ao transformar estes materiais em compostos de valor acrescentado utilizados em detergentes e cosméticos, contribuindo assim para um futuro mais sustentável. Um dos investigadores inseridos no projeto, Nuno Faria, comenta que este sucesso “é um reconhecimento da importância do trabalho” que a equipa tem vindo a desenvolver. 

O prémio atribuído à equipa do SurfACT inclui o montante de cinco mil euros para desenvolvimento de projetos através da Blue Demo Network em Portugal, entidade que apoia startups nos domínios tecnológicos e de mercado ligados à economia azul. Nuno Faria explica que isso permitirá o “acesso a uma rede de laboratórios e empresas” que serão “muito valiosos” para o crescimento do projeto. “Os próximos passos envolvem aumentar a escala de produção, em paralelo com o co-desenvolvimento de produtos finais”, acrescenta o docente. Cumpridas essas etapas, estarão “mais perto de ser os primeiros produtores de tensioativos biológicos [(compostos na base de detergentes e outros agentes de limpeza)] a partir de resíduos agroindustriais em Portugal”.

O programa Blue Bio Value é promovido pela Fundação Oceano Azul e pela Fundação Calouste Gulbenkian, em parceria com a Bluebio Alliance e a maze impact, visando apoiar projetos de investigação e desenvolvimento que utilizem recursos biológicos marinhos para ‘fazer a ponte’ entre o laboratório e o mercado.