O trabalho de investigação desenvolvido no Técnico volta a ser reconhecido na edição de 2018 dos Prémios Científicos ULisboa/CGD. A professora Ana Azevedo (DBE/IBB) foi distinguida com o galardão na área de Biologia, Engenharia Biológica, Bioquímica e Biotecnologia e o professor Armando Pombeiro viu o seu trabalho em Química e Engenharia Química ser reconhecido na mesma medida. Na lista de menções honrosas volta a repetir-se a proeza e o nome de mais dois investigadores da instituição: a professora Carla Carvalho (DBE/IBB) e o professor Alexander Kirillov (DEQ/CQE), nas áreas científicas de Biologia, Engenharia Biológica, Bioquímica e Biotecnologia, e Química e Engenharia Química, respetivamente. Este reconhecimento atribuído anualmente pela Universidade de Lisboa (ULisboa) em colaboração com a Caixa Geral de Depósitos (CGD) visa “premiar a atividade de investigação científica e incentivar a prática de publicação em revistas internacionais de reconhecida qualidade”.
“Muito feliz e orgulhosa! E ao mesmo tempo mais motivada para continuar a trabalhar”, é assim que a professora Ana Azevedo, docente do Departamento de Bioengenharia (DBE) se assume perante esta meritória distinção. Um sentimento que se estende a outro dos contemplados, o professor Armando Pombeiro, que não esquece a importância do seu grupo de investigação em mais esta conquista: “esta distinção configura o reconhecimento do trabalho do grupo de investigação que fui criando ao longo do tempo”. “Sendo prémios da minha Universidade, têm um sabor especial e o significado que lhes dou é bem patente no facto de serem os únicos prémios a que me candidatei na minha vida. Todos os restantes que me foram atribuídos resultaram de propostas ou nomeações da iniciativa de colegas ou de outras pessoas que conheciam o meu trabalho”, sublinha de seguida o docente do Departamento de Engenharia Química (DEQ).
Atribuídos em 20 áreas científicas diferentes, os prémios científicos Ulisboa/ CGD destinam-se a docentes, investigadores e bolseiros de pós-doutoramento a exercer atividade de investigação na universidade, há pelo menos dois anos, e cujo trabalho tenha contribuído de forma notável para o progresso e o engrandecimento da ciência e/ou da cultura e para a projeção internacional do país. Nos critérios de avaliação pesam fatores como a qualidade e quantidade de publicações, o rigor e originalidade dos trabalhos, os prémios e distinções recebidas e ainda os cargos desempenhados.
Tendo consciência do rigor associado a este galardão, e quando questionada sobre o que a terá distinguido na atribuição desta menção honrosa, a professora Carla Carvalho elenca algumas das razões que poderão justificar a mesma: “o número de artigos que publiquei no período de 5 anos a que se refere o concurso, o fator de impacto das revistas em que os artigos foram publicados, e o reconhecimento da comunidade científica que é dado pelo número de citações que cada artigo recebeu”. Dedicada a estudar o papel dos lípidos na adaptação bacteriana e na formação de biofilmes e a usar os mecanismos de adaptação para melhorar processos biotecnológicos, a investigadora do Instituto de Bioengenharia e Biociências (IBB) não tem dúvidas do impacto do trabalho de investigação que tem desenvolvido, permitindo os resultados do mesmo “aumentar a produtividade de sistemas biocatalíticos, a biodegradação de petróleo, e a utilização de bactérias de locais dos Açores com condições extremas para a produção de novos compostos”.
Ainda que em fases distintas das suas carreiras, os investigadores galardoados não hesitam em encarar este prémio como um impulso, ainda que em dimensões diferentes. Perto da jubilação, o professor Armando Pombeiro, não oscila em direcionar este incentivo para as novas gerações, nomeadamente as que com ele colaboram, “esperando que constituam um estímulo à sua própria investigação”. “Estas distinções são importantes como incentivo à produção de investigação científica de qualidade, que seja publicada em revistas de elevado factor de impacto e citada. E o reconhecimento por parte da instituição onde se trabalha é sem dúvida uma importante motivação adicional”, afiança, por sua vez, a professora Carla Carvalho. A também investigadora do IBB, a professora Ana Azevedo, vai mais longe e não se coíbe de fazer uma divertida comparação: “funciona tipo Red Bull! Dá-nos asas para acreditar que podemos fazer a diferença”.
Os Prémios Científicos ULisboa/CGD existem desde 2016 e traduzem-se num subsídio para a investigação no valor de 6.500€. Em 2018 e no âmbito destes dois galardões foram atribuídos 26 prémios e 24 menções honrosas. A cerimónia de entrega irá realizar-se na próxima segunda-feira, 8 de abril.