A Escola Portuguesa de São Tomé e Príncipe-Centro de Ensino e da Língua Portuguesa (EPSTP-CELP) detêm, desde o passado mês de setembro, um Pêndulo Mundial, que permitirá determinar a aceleração da gravidade na linha do equador. O feito resulta de uma parceria que envolve o Instituto Superior Técnico, a Direção-Geral de Administração Escolar (DGAE), através da Direção de Serviços de Ensino e das Escolas Portuguesas no Estrangeiro (DSEEPE), e o Centro de Formação Profissional da Indústria Metalúrgica e Metalomecânica (CENFIM). “O projeto do Pêndulo Mundial surgiu no âmbito do e-lab, o laboratório remoto do Departamento de Física, e da necessidade de termos distribuídos no nosso globo alguns pêndulos de alta precisão”, destaca o coordenador do projeto e docente do Técnico, o professor Horácio Fernandes.
A rede Pêndulo Mundial, a que agora esta escola pertence, ambiciona determinar em vários pontos do globo a “constante da gravidade” através duma constelação de pêndulos colocados em várias latitudes e operados remotamente por qualquer pessoa através da internet. O e-lab do Técnico liderou todo o processo de organização, “fazendo simultâneas ações de formação para os professores de física e matemática do ensino básico e secundário”, como explica o coordenador do projeto. Esta rede permite desmistificar certezas absolutas em relação à homogeneidade da estabilidade, mostrando “que o peso das coisas varia segundo a latitude e portanto, o afamado g=9,81 só o é nas latitudes de Londres”, esclarece ainda o professor Horácio Fernandes.
Por outro lado, “os pêndulos são sistemas físicos com um enorme potencial de aprendizagem, quer na física quer na matemática e é sempre desafiante para as pessoas controlarem uma experiência remota a milhares de quilómetros”, reitera o coordenador do projeto. As conclusões que advêm desta rede serão importantes não só no campo do ensino, mas em outras áreas, como por exemplo na industria aeroespacial, se não vejamos: de acordo com estas informações um foguetão que seja lançado de S. Tomé e Príncipe poderá levar cerca de mais 4 toneladas de carga para o espaço do que se for lançado com uma latitude como, por exemplo, a de Lisboa.