Ciência e Tecnologia

Sala limpa inaugurada no campus Taguspark

O evento decorreu no contexto da celebração do 30º aniversário do Instituto de Telecomunicações (IT).

A 5 de dezembro, foi inaugurada, pelas Direcções do Instituto de Telecomunicações (IT) e do Instituto Superior Técnico (IST), a primeira sala limpa para a montagem de nano-satélites, no campus do Taguspark. O evento decorreu no contexto da celebração do 30º aniversário do Instituto de Telecomunicações (IT).

De acordo com as palavras de Rui M. Rocha, Co-Diretor do IST-NanosatLab, “esta é uma infraestrutura indispensável para quem queira trabalhar em projetos aeroespaciais, sobretudo a partir de uma determinada dimensão”.

A sala limpa, com classificação ISO-7 ou classe 10000, possui um sistema de filtragem (HEPA) ventilando o ar com pressão positiva para dentro da sala e permitindo trabalhar num ambiente com um número reduzido de partículas (≤ 352000) de muito pequena dimensão por m³.

Após o agradecimento ao IT e ao IST pelo investimento feito na nova sala e na infraestrutura de suporte, José Carlos Pedro, Presidente do IT, afirmou que “cabe a cada investigador avançar com as propostas e depois bater-nos à porta dizendo que têm estas ideias e explicar as razões para serem apoiadas. E nós apoiamos porque, de facto, é esse o grande mérito que o IT tem”.

Dentro da sala encontrava-se o ISTSat-1, o primeiro satélite (CubeSat) universitário totalmente desenvolvido e fabricado em Portugal. O objetivo da equipa do IST NanosatLab é colocar o satélite em órbita, o que está previsto que aconteça no voo inaugural do Ariane 6. Para isto, é necessário evitar que o ISTSat-1 seja colocado a bordo do lançador com o mínimo possível de partículas espúrias de forma a evitar que estas, em ambiente de imponderabilidade, prejudiquem o seu funcionamento bem como de outros satélites que seguem a bordo.

O ISTSat-1, apesar de ser um pequeno cubo com 10 centímetros de aresta, funciona como qualquer outro satélite. O objetivo deste, em particular, é utilizar um sistema compacto e de baixo consumo de receção de sinais ADS-B (Automatic Dependent Surveillance-Broadcast). Estes sinais são transmitidos por aviões e permitem identificá-los, facilitando a sua localização em caso de acidente.