Ariane 5 é o foguetão que garantirá o transporte da missão Jupiter Icy Moons Explorer (JUICE) até Júpiter, com descolagem prevista para o final da manhã de hoje, dia 14 de abril.
Para trás ficou a construção de dispositivos como o monitor de radiação RADEM (Radiations Hard Electron Monitor). Desenvolvido, em parte, pelo Laboratório de Instrumentação e Física Experimental de Partículas (LIP), a atuação do RADEM prende-se principalmente com a medição do ambiente de radiação ionizante. Este monitor de radiação tem capacidade para gerar alertas para que se protejam outros detetores e sistemas. A sua utilização ocorrerá não só no sistema joviano (conjunto formado por Júpiter e as suas Luas), mas também durante todo o percurso até este destino. O aparelho, sendo um detetor de partículas, permitirá ainda outras medições científicas.
A equipa do LIP é coordenada por Patrícia Gonçalves, investigadora deste laboratório associado do Técnico e professora da mesma Escola. O LIP colabora com a Agência Espacial Europeia (ESA), desde 2003, através do grupo “Space Radiation Environment and Effects”. Participaram também no desenvolvimento do RADEM a empresa norueguesa Ideas e o Instituto de Investigação Paul Scherrer, na Suíça e a Efacec. A também Team Leader do RADEM, instrumento que segue a bordo do Jupiter Icy Moons Explorer (JUICE), estará a acompanhar o lançamento do satélite, a partir do European Satellite Operations Centre (ESO) da ESA em Darmstadt, na Alemanha.
Para além do desenvolvimento do RADEM, no contexto desta missão, o LIP coordenou um projeto que tinha como fim garantir que os componentes eletrónicos a usar na JUICE resistam aos elevados níveis de radiação do campo magnético de Júpiter.
Com data prevista de chegada a Júpiter para julho de 2031, o satélite realizará 35 voos de aproximação a estas luas geladas, com o objetivo de perceber se existe ali água líquida – antes entrar na órbita da lua Ganimedes, em dezembro de 2034. A missão irá estudar Júpiter (o maior planeta do sistema solar) e três das suas luas: Calisto, Europa e Ganimedes. O sucesso da operação fará deste o primeiro satélite a orbitar outro planeta, para lá da Terra.
Várias empresas portuguesas fabricaram componentes para a JUICE. A LusoSpace, que integra a comunidade spin-off Técnico, foi uma delas ao desenvolver um sistema de calibração para os magnetómetros a usar. Os alumni do Técnico Filipe Metelo e Bruno Sousa, atualmente na ESA, estão também envolvidos nesta missão. O primeiro como simulation officer durante o treino da equipa e o último como diretor de voo, aquando do lançamento do satélite.
O lançamento poderá ser acompanhado aqui.