Ciência e Tecnologia

Satélite totalmente feito no Técnico vai para o Espaço a 9 de julho a bordo do Ariane 6

O ISTSat-1 é o primeiro satélite universitário totalmente desenvolvido e fabricado em Portugal. Vai para o espaço, à boleia do voo inaugural Arianne 6, para testar a capacidade de deteção da presença de aviões em zonas remotas.

O lançamento inaugural do Ariane 6 está previsto para 9 de julho na estação espacial francesa em Kourou, na Guiana Francesa, após anos de atraso, de acordo com o anunciado hoje pela Agência Espacial Europeia (ESA). A bordo vai o ISTSat-1, o primeiro CubeSat do Instituto Superior Técnico, que se destaca como o primeiro satélite universitário totalmente desenvolvido e fabricado em Portugal. 

Este nanosatélite entrará em órbita baixa – vai estar a 580 km da terra – e terá como missão científica certificar se a tecnologia desenvolvida neste projeto, um novo descodificador de mensagens enviadas por aviões, serve para testar a capacidade de deteção da presença de aviões em zonas remotas. A equipa do Técnico estará a receber as informações do satélite na estação-terra do polo de Oeiras e a verificar, comparando os dados recebidos com dados de referência, se o satélite cumpre as funções previstas e possui o desempenho esperado. 

Uma vez no espaço, o ISTSat-1 será projetado e seguirá o seu caminho sozinho. Depois de lançado e identificada a sua posição enviará dados sobre os aviões para algumas estações terrestres habilitadas pelo projeto. Ficará no espaço durante um tempo útil esperado de 5 anos, podendo ficar em órbita até 15 anos, até arder ao voltar a entrar na atmosfera.

Integralmente feito por estudantes e professores do Técnico, com exceção dos painéis solares e a antena para telemetria e telecomando, este cubo de 10/10 – com arestas com 10 cm – tamanho uniformizado internacionalmente para este tipo de aparelhos – explora o potencial da nanotecnologia na eletrónica e leva a bordo cinco placas. A maior parte delas são aquilo que se designa pela plataforma como aviónica e tem que existir em todos os satélites. Todas têm um computador, uma delas é a chamada carga útil do satélite e o resto faz parte das plataformas de alimentação, incluindo o computador de bordo que controla tudo, o processador de comunicações e a placa responsável pela missão.

Entre estudantes e professores do Técnico, estima-se terem contribuído ativamente para o projeto cerca de 50 pessoas, tendo sido elaboradas mais de 20 dissertações de mestrado.

O projeto é coordenado por Rui Rocha, professor do Departamento de Engenharia Electrotécnica e de Computadores (DEEC) do Técnico, investigador no Instituto de Telecomunicações (IT) e um dos fundadores do IST NanosatLab.

Até chegar a este momento, o projeto passou por várias etapas de desenvolvimento, envolvendo muitas horas de trabalho desde que começou o seu caminho em 2017 quando foi um dos projetos escolhidos pela Agência Espacial Europeia (ESA). 

Fotogaleria.

 

* O projeto teve o suporte financeiro do Técnico, do Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores: Investigação e Desenvolvimento (INESC-ID), do Instituto de Telecomunicações (IT), bem como do Instituto de Engenharia Mecânica (IDMEC). Contou também com a participação de elementos do Instituto de Sistemas e Robótica (ISR Lisboa), bem como com o apoio de várias empresas ligadas ao sector.

Mais informação:  Podcast “110 Histórias | 110 Objetos” – Episódio 34 – ISTSAT-1: O 1.º Cubesat português | Notícias anteriores: Satélite totalmente feito no Técnico apanha boleia do Ariane 6 no Verão de 2024 | Técnico prepara-se para colocar o primeiro satélite universitário português em órbita