Uma equipa do Grupo de Lasers e Plasmas do Instituto de Plasmas e Fusão Nuclear (IPFN) do Instituto Superior Técnico viu um dos seus projetos científicos ser selecionado pelo consórcio Partnership for Advanced Computing in Europe (PRACE), vitória que lhe concederá o acesso a um dos maiores supercomputadores europeus.
Das 107 candidaturas submetidas a concurso apenas 18 foram selecionadas, das quais consta o projeto liderado pelos professores Luís Oliveira e Silva, Thomas Grismayer e Kevin Schoeffler. O supercomputador MareNostrum 4 estará à disposição da equipa do IST durante 45 Milhões de horas, que serão usadas para “estudar os processos de reconexão magnética em objetos astrofísicos com campos magnéticos intensos”, explica o professor Luís Oliveira e Silva.
O projeto procura modelizar “a geração de cascatas de pares electrão-positrão em campos ultra intensos com o objectivo de perceber como controlar estes processos em laboratório e identificar as suas assinaturas astrofísicas”, para novas aplicações tecnológicas e científicas e insere-se na na Advanced Grant “InPairs” do European Research Council, recentemente iniciado no Técnico. “Será a primeira vez que serão efetuadas simulações de primeiros princípios destes processos que são fundamentais para compreender as tempestades eletromagnéticas que ocorrem nestes objetos”, reitera o professor do Técnico.
O professor Luís Oliveira e Silva partilhou a “imensa satisfação com que a notícia foi recebida” por representar “simultaneamente o reconhecimento do potencial do projeto que pretendemos desenvolver e da capacidade tecnológica para utilizar os maiores supercomputadores do mundo”. A vitória ainda não foi comemorada devidamente, até porque outras se foram sucedendo como: “a nossa participação na Futurália a convite da FCT e a passagem de um membro do meu grupo à segunda fase do concurso para Starting Grant do European Research Council”, revelou ainda.
Nos últimos 5 anos, a equipa atraiu mais de 550 milhões de horas de supercomputação através de concursos na Europa e nos Estados Unidos, utilizando regularmente os maiores supercomputadores europeus através dos projetos que lidera. Não se ficando por aqui, e no decorrer de colaborações com a Universidade da Califórnia em Los Angeles e com a Universidade de Stanford, o grupo acede aos maiores supercomputadores norte-americanos.