O primeiro laboratório de preparação de fósseis em Moçambique, localizado em Marracuene, ficou concluído este mês e teve grande apoio do Instituto Superior Técnico e da Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT), através do projeto PaleoTech.
A formação de cientistas para atuarem na área foi feita em instituições portuguesas, no âmbito do projeto PalNiassa, para preservar o património paleontológico moçambicano. “Este projeto científico inovador foi iniciado por paleontólogos portugueses com apoio do Museu Nacional de Geologia de Maputo, e tem como objetivo preservar o património paleontológico do território moçambicano, através da formação de cientistas moçambicanos, da descoberta de novos fósseis e da criação de um laboratório de preparação de fósseis”, referiu em comunicado o paleontólogo Ricardo Araújo, membro do programa.
Segundo o investigador, este laboratório “possui instalações e equipamentos de ponta, os quais servirão para preparar os inúmeros fósseis de crânios e esqueletos quase completos de animais que viveram em solo moçambicano há mais de 250 milhões de anos”. “Estes fósseis raros e únicos no mundo necessitam de um tratamento laboratorial cuidado antes de poderem ser estudados.”
“O Instituto Superior Técnico e a Fundação para a Ciência e Tecnologia, assim como o Instituto Gulbenkian da Ciência e o Museu da Lourinhã, têm contribuído do ponto de vista académico para o sucesso deste projeto”, sublinhou Ricardo Araújo. “Com o trabalho desenvolvido no âmbito do projeto Paleotech, sob a orientação do Técnico, estes jovens moçambicanos estão também aptos para recorrer à utilização de técnicas avançadas de microtomografia computorizada”.
“Este tipo de infraestrutura servirá não só como polo turístico, mas também como um centro de formação prático dos alunos de Geologia de várias universidades e escolas moçambicanas, deste modo promovendo oportunidades de estudo e prática de ciência avançada e encorajando os estudantes a seguirem uma carreira científica”, declarou ainda o paleontólogo.