A Teoria da Relatividade Geral de Einstein celebrou 100 anos em 2015, e uma das suas mais fascinantes previsões, a existência de buracos negros, celebra o seu próprio centenário este ano, 2016. Por um capricho do destino, 2015 foi o ano em que foram detetadas pela primeira vez ondas gravitacionais, outra das admiráveis previsões da Relatividade Geral, deteção anunciada em fevereiro de 2016.
Portugal tem celebrado estas efemérides de forma exemplar. Criou em 2015 uma sociedade focada nesta temática, a Sociedade Portuguesa de Relatividade e Gravitação (SPRG) e vai liderar, a partir de 2017, uma rede europeia sobre ondas gravitacionais e buracos negros.
Tendo como uma das suas missões a divulgação desta área científica, que tem atraído grandes jovens talentos para a ciência, a SPRG inaugurou este ano um prémio para jovens cientistas, cujas contribuições para o desenvolvimento desta área científica se tenham destacado a nível internacional.
A primeira edição deste prémio, denominado “Prémio Alberto”, em honra de Albert Einstein, tem como galardoado o investigador Jorge V. Rocha, pelas suas contribuições para o estudo de buracos negros em diversas dimensões, incluindo soluções exatas, colapso gravitacional e censura cósmica.
Este prémio, que irá ser concedido anualmente pela SPRG, foi entregue no decorrer do IX Black Hole Workshop, um encontro científico que junta anualmente em Portugal especialistas em Buracos Negros de todo o mundo, e que este ano teve lugar em Guimarães, de 19 a 20 de dezembro.
Jorge V. Rocha é um físico teórico português cujos interesses de investigação se centram em teorias gravitacionais e buracos negros. Licenciou-se em Física Tecnológica no Instituto Superior Técnico e obteve o doutoramento em Física em 2008 na Universidade da Califórnia (Santa Barbara), sob a orientação do Prof. Joseph Polchinski.
Depois de uma primeira posição pós-doutoral com o professor Vitor Cardoso, no Centro Multidisciplinar de Astrofísica (CENTRA) do Instituto Superior Técnico, encontra-se desde 2015 na Universidade de Barcelona, sob a orientação do Prof. Roberto Emparan, financiado por uma bolsa Marie Curie.