Campus e Comunidade

3.ª edição das Jornadas do Técnico volta a procurar sugestões para o futuro da Escola

Trabalhos decorreram a 9 e 10 de setembro, estando abertos a toda a comunidade do Técnico - estudantes, investigadores, funcionários e professores.

É a 3.ª edição das Jornadas do Técnico e a última organizada por esta equipa da Assembleia de Escola, cujo mandato termina no final deste ano. Durante o evento, que se realizou ao longo dos dias 9 e 10 de setembro, vários painéis e respetivo público formados por elementos da comunidade do Técnico refletiram sobre o funcionamento da Escola e, fazendo jus ao intuito da engenharia, de que forma é possível melhorá-lo.

Centrada no tema “Viver o Técnico”, a programação procurou responder a perguntas como “há vida para além do Técnico?”, “como impulsionar a eficiência da organização?” e “como ter uma carreira gratificante?” recorrendo a oito painéis compostos por estudantes, professores, investigadores e funcionários. Em cada um destes momentos, a discussão estendeu-se sempre ao público assistente, numa troca de ideias registada pelos relatores de cada sessão.

“As Jornadas são um momento importantíssimo da Escola, no qual se discute como ela está, o que quer ser, como quer vir a sê-lo e o que pode melhorar, de uma forma aberta a todos”, defendeu Rogério Colaço na sessão de abertura do evento, na manhã do dia 9. Deixando agradecimentos à Assembleia de Escola e à equipa que organizou as Jornadas, o presidente do Técnico afirmou-se “absolutamente seguro e convencido de que estas Jornadas vão ser um momento muito importante com painéis, debates, discussões e perguntas importantíssimas para o futuro do Técnico”.

As principais ideias que saem de cada painel são compiladas num documento que é entregue ao Conselho de Gestão e outros órgãos da Escola, de forma a ser integrado nas atividades do ano seguinte. Nesse sentido, uma das principais contribuições das Jornadas é ter um conjunto de ações que possam ser úteis para o plano de atividades do ano seguinte.

Ana Teresa Freitas, professora do Técnico e presidente da Assembleia de Escola, descreve o processo: “em todas as edições, nós construímos um livrinho que entregamos ao Conselho de Gestão e que está no site da Assembleia de Escola, onde descrevemos o que foi discutido no painel e onde colocamos um conjunto de atividades muito concretas que a Escola considerou muito relevantes para serem consideradas para o plano seguinte”.

Uma iniciativa para toda a Escola

Inicialmente apelidadas de ‘Jornadas da Assembleia de Escola’, eram “mais focadas em questões organizacionais, mais ligadas às carreiras dos funcionários e a questões da vida de pessoal contratado do Técnico”, reconhece Ana Teresa Freitas.

A ideia original surgiu no período pós-confinamento, para “criar um espaço mais alargado do que a Assembleia de Escola”, onde pudessem ser discutidos “assuntos muito importantes para a Escola”. Veio a revelar-se um espaço de discussão do plano estratégico da Escola antes da sua aprovação.

Como resultado, houve, como contribuições, “atividades muito concretas” que poderiam vir a “ser integradas no plano de atividades do ano seguinte”. As Jornadas tornavam-se, assim, “um canal onde toda a Escola [pode] contribuir” para esse plano. “Na primeira edição, tivemos 17% das atividades propostas integradas no plano de atividades; na segunda, tivemos 30%. Meço isso como um fator de sucesso – as Jornadas estão a ser capazes de influenciar um pouco o plano de atividades que o Técnico vai desenvolver no ano seguinte”, partilha a docente.

O público-alvo das Jornadas é a Escola, no sentido mais lato e inclusivo possível. Foi até, por esse motivo, que o nome passou de ‘Jornadas da Assembleia de Escola’ para ‘Jornadas do Técnico’. Ao longo destas três edições, o formato do evento também foi evoluindo e adaptando-se, para melhor acomodar o debate entre estudantes, investigadores, funcionários e professores.

“Precisamos de estudantes atentos ao que está a acontecer na Escola e que percebam que isto faz parte da vida deles”, defende Ana Teresa Freitas, reconhecendo, em todo o caso, há uma diferença na perspetiva de quem vai passar cinco anos no Técnico em contraste com os funcionários e professores, que podem ficar muitos mais anos.

Rafael Santos poderá servir de exemplo. Concluiu o ensino secundário em Luanda, Angola, e não deixou que o nervosismo do primeiro dia de aulas numa faculdade de outro país o impedisse de intervir ativamente na iniciativa.  Fazendo questão de participar nas Jornadas, o aluno acabado de ingressar na Licenciatura em Engenharia de Minas e Recursos Energéticos diz-se munido de “vontade de querer integrar[-se] e sentir[-se] acolhido dentro do Técnico”. Decidiu “partilhar o que tinha a dizer” porque “os alunos têm de ter essa vontade de querer fazer parte daquilo que vai fazer crescer a nossa instituição”. “[Enquanto estudantes,] devemos ter o espírito de querer falar e partilhar, não apenas de arrecadar conhecimentos para benefício próprio; daí ser muito bom haver este tipo de iniciativa”, defende.

Depois da sua intervenção, Rogério Colaço pediu a palavra. Relembrando que ingressou no Técnico há 38 anos, o presidente do Técnico revelou ter sido esta a primeira vez que viu um estudante do primeiro ano – acabado de entrar no Técnico e, sobretudo, vindo de outro país – a intervir numa situação destas. “Queria dar a minha palavra de apreço à intervenção do Gabriel, de grande nível, grande profundidade e grande coragem; registei com cuidado aquilo que disseste e espero que o Técnico se torne, para ti e para todos os teus colegas que entraram este ano, a vossa casa para sempre”.