Estávamos a chegar ao fim do primeiro dia de inscrições, esta segunda-feira, 10 de setembro, e Íris Silva, Inês Lucas e Mafalda Moniz pareciam já ter criado laços de amizade. Percebe-se porquê dado o que têm em comum: além de as três terem entrado no Mestrado Integrado em Engenharia Física Tecnológica, a primeira opção de todas, são detentoras de um aparente orgulho por entrar no Técnico; a somar a tudo isto e com bastante peso na ligação que criaram está o medo com que falam do que aí vem. “Espero um ano cheio de sofrimento, trabalho árduo, algumas frustrações”, adianta Mafalda Moniz. A criar esta ideia na nova aluna está a exigência com que sempre ouviu falar do Técnico e claro a inevitável ansiedade do primeiro dia. “Cada um de nós sempre foi um peixinho grande num lago pequeno e agora somos um peixinho pequeno num lago muito grande”, desabada Íris Silva. Quando questionadas sobre o porquê da escolha convicta do Técnico no meio de tantos receios, afirmam sem hesitar: “Apesar da exigência queremos o melhor para nós e por isso estamos aqui”, declara Inês Lucas sob o olhar de concordância das recentes amigas. “A exigência do Técnico é desafiante”, acrescenta Íris Silva.
À medida que se conversa com mais novos alunos percebe-se que o sentimento é quase transversal à maioria. As perguntas que fazem ao longo do dia passam quase sempre pelo grau de dificuldade dos cursos, a exigência dos professores, as horas de estudo necessárias para ser bem-sucedido. Os próprios docentes nas sessões de apresentação dos cursos vão alertando para a necessidade de um estudo regrado e de um esforço suplementar nesta nova etapa da vida académica. “Mas bom o importante é que vocês já chegaram até aqui e, portanto, é sinal que são muito bons”, frisa o professor Fernando Lau, coordenador adjunto do Mestrado Integrado em Engenharia Aeroespacial (MEAer).
Francisco Ferreira, um dos novos alunos do MEAer ouviu atentamente os conselhos que lhe foram dados e vai tentar segui-los à risca, porém neste momento ainda está a saborear a vitória: “Estou muito feliz, e o importante para já é ter conseguido entrar numa Escola como esta”, assinala desvendando a preferência pela instituição no seu formulário de candidatura ao Ensino Superior. “Todas as outras opções eram do Técnico”, solta o novo aluno. Sobre a correspondência da realidade com as expectativas que tinha criado declara “que estas foram sendo superadas ao longo do dia”. Pedro Fonseca será um dos futuros colegas de curso de Francisco Ferreira e também ele só tinha uma opção no formulário de candidatura e facilmente explica porquê: “Tenho a noção da quantidade de portas que o facto de fazer a minha formação aqui me abrirá no futuro”, destaca.
“Aqui as pessoas dizem tudo em siglas”, solta Rita Feixeira, nova aluna do Mestrado Integrado em Engenharia Biomédica, numa análise brincalhona do primeiro dia. Entrou na sua primeira opção, uma escolha fácil visto adorar Engenharia e Medicina e querer conciliar isso no seu futuro. Natural de Fátima, nunca tinha vindo ao Técnico e a primeira sensação que teve foi de “que facilmente se ia perder”, comenta. “Estou empolgada e assustada”, revela explicando que tem ouvido e assimilado todos os conselhos que a possam ajudar na integração. “Sei que vai ser um ano difícil, mas acho que faz parte desta nova etapa, vai ser fundamental para crescermos. Prefiro pensar em tudo o que posso aprender”, salienta de seguida. “Provavelmente daqui a um ano também já estou a falar por siglas”, conclui em jeito de brincadeira.
O primeiro dia da semana de acolhimento foi reservado aos recém-chegados alunos de Engenharia Aeroespacial, Engenharia Física e Tecnológica, Engenharia Biomédica e Matemática Aplicada e Computação, os quatros cursos do Técnico que registaram uma média de entrada mais elevada neste Concurso Nacional de Acesso ao Ensino Superior.