O maior evento nacional para estudantes de Física e Engenharia Física teve este ano como palco o Técnico. Entre 28 de fevereiro e 3 de março foi em torno da física que giraram todas as conversas e atividades que envolveram os cerca de 180 estudantes vindos dos mais variados cantos do país. Os 4 dias da iniciativa incluíram palestras científicas lideradas por investigadores, professores e estudantes, debates, visitas a laboratórios e museus do Técnico, workshops, concursos, e muitas oportunidades de convívio.
O Encontro Nacional de Estudantes de Física (ENEF) é organizado todos os anos desde 1998 e assume-se como o pretexto ideal para estudantes e especialistas da área se juntarem e discutirem os tópicos mais atuais de Física, promovendo-se a partilha de experiências e o trabalho científico. Esta 21ª edição, organizada pela Associação Portuguesa de Estudantes de Física (Physis), em estreita colaboração com o Núcleo de Física do Instituto Superior Técnico (NFIST) contou com distintos oradores convidados com especial destaque para a professora Daniele Steer, docente e investigadora da Universidade de Paris Diderot, e Ceri Brenner, investigadora do STFC Rutherford Appleton Laboratory e especialista em aceleração de partículas.
O programa de atividades oscilou entre o mundo académico e o empresarial, como bem o demonstravam as “Business Talks”- onde os participantes tiveram a oportunidade de conhecer o percurso de antigos alunos de Física que hoje integram ou lideram grandes empresas – e ainda os workshops que além de permitirem o desenvolvimento de algumas competências mostram como as mesmas podem ser úteis no mundo do trabalho. Foi exatamente isso que Roy Cecil e Frederico Muñoz fizeram no Workshop que expôs de forma muito clara algum do trabalho desenvolvido na IBM. “O nosso objetivo é mostrar-vos aquilo que a IBM faz e as áreas onde vem cimentando um papel fundamental”, introduzia Frederico Munõz. Através de diversos vídeos, o orador ia demonstrando alguma da investigação prosseguida na empresa nomeadamente na área de computação quântica. “Os centros de investigação quântica da IBM são claramente uma referência a nível mundial”, assinalava, ilustrando o que dizia com algumas imagens que o corroboravam. “É óbvio que a computação quântica é um campo natural onde qualquer pessoa com conhecimento em Física pode trabalhar”. A conversa passou também pela Inteligência Artificial (IA)– como não podia deixar de ser dada a relevância do tema- , um tópico que Frederico Muñoz considera “fundamental” para quem estuda Engenharia. “Moldar o futuro é mais do que um valor na IBM, é uma prática que rege o nosso trabalho diariamente”, concluía o orador. A questão da IA e dos dados foi depois prosseguida na apresentação de Roy Cecil que voltou a frisar a importância dos mesmos na economia mundial, definindo-os como “o combustível do presente e do futuro”.
Além dos momentos de discussões e atividades científicas, o ENEF propiciou aos seus participantes várias atividades sociais que incentivaram o convívio entre a comunidade estudantil da área e onde mais uma vez a Física e a paixão pela mesma serviu de elo de ligação.