Luís Silva e Catarina Lobo parecem não se sentir muito confortáveis com os holofotes que os rodeiam nestes dias que se seguem à divulgação das colocações no ensino superior, e que os colocam como uns dos principais protagonistas da atualidade. São donos de duas das médias mais altas do país e vão ser colegas no Mestrado Integrado de Engenharia Aeroespacial durante os próximos anos, o curso do Técnico onde não houve lugar para alunos com média inferior a 18.8 valores.
São quase vizinhos, mas não se conheciam, Catarina vem de Gaia e Luís do Porto. Além do ligeiro sotaque e da média fenomenal com que concorreram à faculdade, têm em comum o gosto pela Matemática e pela Física. O mediatismo que o curso alcançou nos últimos anos despertou-lhes a curiosidade, o gosto pela aviação e pelo plano curricular do curso ajudou na decisão. “Percebi recentemente que seria a escolha perfeita”, conta Catarina.
Não se consideram génios, antes jovens focados e capazes de gerir o seu tempo. “Os truques para ser o melhor aluno são estar atento, manter-nos atualizados, gostar do que se está a fazer e saber o que é que se quer”, frisa Luís. Catarina concorda: “É preciso estar focada naquilo que se quer, afinal este é o caminho fundamental na nossa vida”.
O que mais gostam no curso para já é o facto de ser multidisciplinar. Ainda não sabem o que querem fazer quando acabarem o curso “é muito cedo para isso”, mas tem a certeza que com o “tempo e o conhecimento adquirido vamos descobrir”, salienta Luís.
O que mais nos fixa no discurso de ambos é o tom decidido com que vincam cada frase, mesmo que este caminho ainda agora tenha começado. Estudaram bem a lição no que respeita à escola que nos próximos anos será deles, e por isso não hesitam em evocar “a exigência do Técnico”, ou os “anos de muito trabalho” que os espera, mas nada que os assuste. “Vai ser um ano muito exigente, tenho a certeza, mas também vai ser uma etapa muito boa da minha vida”, afirma Luís Silva. Antes de tudo há que “conhecer o Técnico, preparar-nos para dar resposta a essa exigência e esperar que a escola retire o melhor de mim”, diz Catarina. E quem os ouve falar diria que é fácil.