Ninguém fica indiferente ao corrupio que desde segunda feira, 19 de fevereiro, invadiu o Átrio do Pavilhão do Central. Jovens estudantes do ensino básico e secundário chegam em grandes grupos ao Técnico, acompanhados pelos professores, com um entusiasmo visível e expresso nas mais diversas formas, quer reagindo ao carácter educativo, mas sobretudo pela vertente divertida de todas as atividades desta XXI edição da semana da Física.
Este ano a atividade, da responsabilidade do NFIST – Núcleo de Física do Técnico, é subordinada à temática dos buracos negros e traz até ao Técnico mais de 2600 estudantes de várias escolas. O sucesso da mesma verifica-se no simples facto de que a organização teve que fechar as inscrições mais cedo dado o vasto número de inscrições que se estavam a registar. Um dos segredos do êxito é o planeamento feito de forma minuciosa de modo a que as demonstrações científicas sejam acessíveis a todos, desde os “4 aos 80 anos de idade”, promovendo a educação científica em Portugal. Mariana Silva, membro da organização e a principal responsável pelas atividades, explica que o principal objetivo é deslindar “a imagem de bicho papão que muitos destes jovens trazem da Física”.
As leis de indução de Faraday, a relatividade de Einstein, o comportamento das ondas no Tubo de Rubens, o funcionamento da fibra ótica, o plasma, os fluídos, as ondas e a acústica são explicadas de forma muito simples e utilitária, causando impactos e sensações que não deixam os jovens ficar indiferentes. Das cerca de 30 atividades, raras são aquelas que não envolvem os participantes, quer seja a testar a resistência de um conjunto de balões, a supor o que vai acontecer a seguir, ou a experimentar a cama de pregos que promete não magoar ninguém. “Já passaram aqui muitos alunos e sentimos que se divertiram imenso”, frisa Daniela Santos. Os grupos de alunos saltitam entre as várias atividades do átrio central durante duas horas, havendo mais um período dedicado a uma atividade extra, que pode ir desde uma visita ao planetário até a um workshop.
A eletricidade estática armazenada numa bola é a grande causadora de alguns gritos de susto ou de entusiasmo. Quando um dos jovens se voluntaria a tocar na bola absorve toda a e energia e além dos fios de cabelo que se levantam, torna-se capaz de atingir com um choque qualquer pessoa que lhe toque. “Dá-se um choque simultâneo entre o membro que toca na bola e todo o círculo à sua volta. É sem dúvida a atividade em que eles mais se divertem”, afirma Mariana Silva. “A semana da Física é muito importante para nós porque contactamos com eles e divulgamos o nosso trabalho, a física e o Técnico; e para eles porque de facto os ajuda a ter uma noção mais intuitiva do que já aprenderam”, colmata a aluna de Engenharia Física Tecnológica.
O evento termina no sábado, dia 24 de fevereiro, num dia aberto ao público em geral, fazendo parte do programa uma palestra pelo professor José Sande Lemos, e mais uma vez a organização espera uma grande adesão.