Sensores de movimento para a monitorização e segurança de idosos sozinhos nas suas casas, equipamentos usáveis por unidades caninas durante operações de busca e salvamento com câmara, posicionamento GPS e detetor de gases perigosos, sistemas de controlo de semáforos para facilitar a marcha de veículos de emergência, dispositivos que oferecem precisão no controlo de altitude de balões atmosféricos, sistemas de acessibilidade em paragens de autocarro para a população invisual ou com visão reduzida, mecanismos de deteção da direção de disparos em cenário de combate, soluções para a redução de crises de insónia em trabalhadores noturnos e por turnos…
É o início de uma lista de trinta projetos de estudantes de licenciatura do Técnico em exposição no Técnico Innovation Center powered by Fidelidade e alguns deles serão premiados no evento que está prestes a começar. O relógio marca as 14 horas e tem início a segunda edição do ElectroCap Demo Day, uma compilação das ideias tornadas realidade ao longo de um semestre por estes estudantes no seio da unidade curricular de Projeto Integrador de 1º Ciclo (PIC1). Este evento inseriu-se na programação do ElectroDay, celebrado desde essa manhã no mesmo local e que contou com mais de seis centenas de visitantes.
“O ElectroDay é uma enorme demonstração do potencial criativo e do talento dos estudantes do Técnico quando juntam o empenho à formação que recebem”, afirmou o presidente do Técnico, Rogério Colaço, em declarações com que o evento encerraria. “Este é o caminho que o Técnico tem trilhado, um caminho que começa a dar os seus frutos e que tem um impacto muito significativo”, acrescentou o docente, que deixou ainda uma nota de agradecimento a estudantes, professores, funcionários e parceiros envolvidos no evento.
Miguel Teixeira, presidente do Conselho Pedagógico da Escola, defendeu que têm sido feitas “muitas mudanças a nível pedagógico no Técnico”, mas que “os projetos integradores são provavelmente do melhor do que [foi feito] nos últimos tempos” a esse nível. Realçou também a diferença entre estudantes que são bons a fazer exames e aqueles que são bons a fazer projetos – este último ponto provavelmente mais relevante em termos profissionais, o que, na sua perspetiva, só reforça a importância da inclusão destes projetos integradores no seu percurso académico.
Para o presidente do Departamento de Engenharia Eletrotécnica e de Computadores (DEEC), Nuno Horta, os projetos em exibição no Técnico Innovation Center nessa tarde “são o culminar de três anos de esforço e devoção de todos os alunos que aqui estão” e “traduz[em] em resultados práticos e utilizáveis os conhecimentos que [os estudantes] foram acumulando”, algo que tem “muito, muito valor”.
Para além de uma mostra dos projetos desenvolvidos, a agenda do dia incluiu sessões de apresentação de Núcleos de Estudantes do Técnico e de licenciaturas inseridas na oferta formativa do DEEC (a Licenciatura em Engenharia Eletrotécnica e de Computadores, no campus Alameda, e as licenciaturas em Engenharia Eletrónica e Engenharia de Telecomunicações e Informática, no campus Oeiras).
Prémios, patrocinadores e quase dois milhões de ElectroCoins
O dia não esconde um certo ambiente de festa – afinal, este é o culminar de meses de trabalho agora tornado concreto e físico. Durante as pausas nas apresentações que fazem aos visitantes (entre os quais se contam familiares, amigos e curiosos de todas as idades), é possível ver os estudantes do Técnico a trocar ideias com colegas de outros grupos, a surripiar caramelos oferecidos como brindes das bancas uns dos outros e até a soltar gargalhadas agudas depois de inalarem pequenos balões abastecidos por uma botija de hélio que uma das equipas trouxe para a sua demonstração.
O desempenho destes jovens não foi premiado apenas com resultados académicos – a NOS e a Jerónimo Martins, patrocinadores da iniciativa, atribuíram, respetivamente, o Prémio Melhor Demonstrador e Inovação e o Prémio de Comunicação, bem como uma componente de ajuda no ensino ao DEEC. A estes prémios, somou-se o Prémio Investidores (não monetário), decidido pelo voto dos visitantes através da atribuição de ElectroCoins, uma moeda fictícia conferida a todos os visitantes aquando da entrada no recinto que serviu como “capital de investimento” nas diferentes propostas em exibição. Nesta segunda edição, foi investido um total de 1.716.000 ElectroCoins, atribuídas por 572 visitantes.
Melhor Demonstrador e Inovação, oferecido pela NOS
- Prémio – VITA;
- Menções Honrosas – NAVGUIDE; Tactical Canine Systems.
Prémio de Comunicação, oferecido pela Jerónimo Martins
- Prémio – PowerLine Drone;
- Menções Honrosas – Sustainable Base Station Monitoring; Rescue Tracker.
Prémio Investidores, decidido pelo voto dos visitantes
- 1.º lugar, com 104.000 ElectroCoins – SoilSense;
- 2.º lugar, com 96.000 ElectroCoins – DEMS;
- 3.º lugar, com 93.000 ElectroCoins – SmartRack.
O Programa ElectroCap tem como objetivo principal criar condições para que os estudantes possam integrar o máximo de conceitos adquiridos ao longo do primeiro ciclo na resolução de um problema ou desafio real, envolvendo-os numa iniciativa com valor para os próprios, para o Técnico e para a sociedade. É oferecido no contexto da unidade curricular de Projeto Integrador de 1º Ciclo.
Cada projeto é realizado por uma equipa com seis elementos, que escolhe o desafio de inovação, define uma abordagem ao problema subjacente, fala com potenciais clientes, pesquisa a concorrência e elabora uma solução inovadora e de interesse para a comunidade. Ao longo de um semestre, os elementos da equipa vão reportando os desenvolvimentos do projeto na página web do projeto, reunindo quinzenalmente com o seu assistente de ensino e, periodicamente, com o seu orientador ou mentor. Para além disso participam na série de seminários do programa com temas ligados à inovação e à engenharia eletrotécnica e de computadores.
No evento de estreia do ElectroCap Demo Day, em 2024, participaram 182 alunos, com 32 desafios apresentados e cerca de 1000 visitantes recebidos no Técnico Innovation Center.
