Num dos laboratórios da Torre Sul, um grupo de estudantes aglomera-se em torno do equipamento laboratorial, ouvindo atentamente as indicações de uma professora do Instituto Superior Técnico. Poderia ser apenas mais uma aula de química do Técnico, mas estes são estudantes do ensino secundário – alguns dos 32 participantes no programa ‘Férias no Técnico – Páscoa 2025’, que tiveram a oportunidade de explorar as várias áreas da ciência e engenharia desenvolvidas na Escola.
Naquele laboratório, tentava-se uma extração da cafeína presente no chá preto através de um processo de sublimação, uma passagem do estado sólido diretamente para o gasoso. Horas antes, o mesmo grupo deu por si a compor melodias tocando em bananas que, ligadas a um circuito elétrico, agiam como teclas de um piano especialmente rico em potássio.
Ao início, Marta vinha um pouco hesitante para as atividades, mas rapidamente lhes tomou o gosto. Motivada para ingressar na área da engenharia biomédica no Técnico, a aluna do 10.º ano de escolaridade trouxe uma amiga para as Férias no Técnico, iniciativa que recomenda porque “cons[egue] ficar a conhecer quase todas as engenharias, fazendo amigos no processo”.
Noutra ponta do campus Alameda, a engenharia dada a conhecer é civil – munidos de paus de espetadas, nesta atividade os estudantes tentam construir uma ponte, posteriormente pontuada em termos de estética e também com base na carga que consegue suportar antes de ceder. “Em comparação com edições anteriores, estão a ser excelentes pontes”, concede Pedro Semeão, membro do Núcleo de Estudantes de Engenharia Civil (Fórum Civil), enquanto observava uma equipa a discutir apaixonadamente a melhor forma de acrescentar uma torre com pináculo ao tabuleiro da sua edificação.
Os dotes arquitetónicos destes estudantes do ensino secundário não se extinguiam aí – noutra atividade, desafiados a planear duas habitações na zona oriental da cidade de Lisboa, um dos grupos propôs um heliporto no telhado da casa de um cidadão sénior, para o ajudar nas viagens à mercearia do bairro. Na altura de avaliar e pontuar os projetos, os membros do Núcleo de Estudantes de Arquitetura (NucleAR) ali presentes puderam louvar (pelo menos) a criatividade dos participantes.
“[Os estudantes] têm estado a gostar”, partilha Constança Simões, guia do Núcleo de Apoio ao Estudante (NAPE) que acompanha um dos grupos a participar nesta edição das Férias no Técnico. A aluna fez questão de tornar-se guia do NAPE porque “sempre gost[ou] muito do Técnico e do seu ambiente”, pelo que “divulgá-lo pelas escolas” nas atividades de contacto com estudantes de secundário por todo o país pareceu-lhe “uma ideia muito gira”. A par destas Férias no Técnico, Constança fora também monitora do Verão na ULisboa no ano anterior, e esteve igualmente envolvida nas atividades de acolhimento dos estudantes de mobilidade, integrando ainda o Programa Mentorado (para a receção de novos estudantes).
Já confortáveis no ambiente da Escola, os participantes das Férias no Técnico iam trocando piadas e comentários sorridentes com a guia. Francisco, aluno do 10.º ano, já tinha participado numa atividade no Técnico durante as férias de verão, ligada à programação, e depois desta segunda iniciativa não lhe restam dúvidas – “é uma das melhores universidades de Portugal”.
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