Quem entrasse no Centro de Congressos do Instituto Superior Técnico naquela manhã de terça-feira, 27 de fevereiro, deparar-se-ia com um cenário invulgar: um palestrante descrevia entusiasticamente a empresa onde trabalha e as suas experiências laborais na direção de dezenas de nucas – a totalidade da audiência estava de costas para si.
Faz tudo parte da atividade de blind pitch, uma ‘apresentação feita às cegas’, na qual os estudantes do Técnico têm a oportunidade de conhecer vários representantes de empresas na área da construção civil e, meramente com base naquilo que ouvem, avaliarem a apresentação preenchendo um formulário. É uma das atividades inseridas nas Jornadas de Engenharia Civil (JEC), organizadas pelo Fórum Civil e decorridas entre 26 de fevereiro e 1 de março no Técnico. “Achei giro”, avalia André Gomes, estudante do terceiro ano da Licenciatura em Engenharia Civil. “Muitas empresas estão bem organizadas e são bastante claras naquilo que querem”, acrescenta, explicando que compareceu à atividade para “saber quais são as melhores decisões a tomar”.
André Venes acabou de vir de uma palestra das JEC. O aluno de segundo ano da Licenciatura em Engenharia Civil mostrou-se interessado em saber mais sobre a obra em análise durante a apresentação, um parque de estacionamento projetado para a zona ribeirinha de Alcântara, em Lisboa. Durante a palestra, foram analisados vários dos obstáculos a enfrentar no decorrer dos trabalhos, como construções arqueológicas pré-existentes, caves de edifícios vizinhos, nível freático (dada a proximidade do rio) e permeabilidade dos solos da região.
“Estou confiante de que a visita vai ser boa”, comenta o aluno, referindo-se à visita a este estaleiro, agendada para o final da semana. Será a primeira vez que André contacta diretamente com os desenvolvimentos num local de obra. “Não sei bem o que me espera”, confessa, acrescentando que participou nas JEC para “começar a perceber o que [quer] seguir no mestrado” e “saber mais sobre oportunidades para estágios de verão”.
Francisca Andrade, do terceiro ano do Mestrado Integrado em Arquitetura, partilha o interesse pela possibilidade de fazer um estágio no verão. “Quero conhecer o mercado da construção”, comenta a aluna enquanto passeia por um átrio do Pavilhão de Civil preenchido por bancas das mais diversas empresas do setor. Depois de explorar a oferta, Francisca pondera “ir a algumas das palestras” das JEC.