O ano de 2021 terminou da melhor forma para o grupo de estudantes do Técnico Women in Physics (WiP). O grupo conquistou uma Women in Physics Group Grant, atribuída pela Sociedade Americana de Física (APS na sigla em inglês), uma das mais prestigiadas associações mundiais da área. As bolsas da APS procuram apoiar e ajudar a expandir grupos de trabalho que promovem o contacto entre mulheres na área da Física, ajudando a divulgar as oportunidades que existem neste domínio e trazendo para cima da mesa o debate da igualdade de género na Ciência. Desde a sua criação em 2015, esta é a primeira vez que um grupo europeu é contemplado com este apoio da APS.
Criado em novembro de 2020, o WiP tem como objetivo principal o aumento da proporção de mulheres na área da Física, encorajando e envolvendo estudantes do ensino secundário, de graduação e pós-graduação no debate e mitigação deste desequilíbrio significativo. “Temos três objetivos principais: criar uma comunidade onde possamos trocar ideias e discutir a experiência de não ser um homem na área de física; atrair e reter mulheres (e minorias de género) na física; e divulgar temas e boas-práticas relacionados com a igualdade de género à comunidade do Técnico”, explica Mariana Moreira, presidente do grupo de estudantes.
A líder do WiP assume o contentamento e orgulho com que a equipa recebeu este reconhecimento da APS, “não só porque passamos a ter os meios para concretizar algumas das nossas ideias, mas também porque investimos bastante esforço na elaboração da nossa proposta”, justifica a aluna do Técnico. “Como sabíamos que este apoio da APS nunca tinha sido atribuído a um grupo europeu, tínhamos expectativas cautelosas sobre o resultado, e por isso sentimos alguma surpresa quando este foi positivo”.
O facto de ter sido este programa de bolsas da APS a despoletar nas jovens a vontade de criar o WiP torna este reconhecimento mais especial ainda. “Em novembro de 2019 ouvimos falar deste incentivo da APS pela primeira vez, e isso mobilizou-nos a fundar um grupo de Women in Physics aqui no Técnico”, recorda a líder do grupo.
Neste momento, o WiP conta com 6 pessoas na sua estrutura, mas está aberto a receber muitas mais. Tal como frisa Mariana Moreira “qualquer pessoa com interesse no tema de desigualdade de género, independentemente da sua área, do seu género, e do seu estatuto no Técnico” será bem-vinda ao grupo.
À equipa de trabalho composta para já apenas por mulheres não faltam ideias e projetos para empregar os mais de 800 euros provenientes desta bolsa. “Queremos gastar parte do dinheiro em coffee breaks oferecidos depois dos nossos seminários, criando a oportunidade para encontros pessoais e para a consolidação duma comunidade”, avança Mariana Moreira. “Nestes WiP Seminars, que estão a começar já este mês, convidamos físicas reconhecidas internacionalmente para darem uma palestra sobre o seu trabalho, e, a seguir, para conversarem com a audiência sobre a sua carreira”, destaca a líder do grupo. O 1.º Seminário WiP realiza-se já no próximo dia 19 de janeiro e terá como oradora a professora Caterina Riconda, docente da Universidade Sorbonne, Paris; líder do grupo TIPS: Theory and Interpretation, Plasmas and Simulations, do Laboratory for the User of Intense Lasers (L’École polytechnique/UPMC).
Além dos WiP Seminars, a equipa pretende “organizar um almoço de networking, e uma exibição do documentário “Picture A Scientist” seguida de tempo para discussão”. O apoio monetário atribuído pela APS ajudará a suportar estas 3 iniciativas.