O professor da Universidade da Califórnia (UCLA), Chandrashekhar (Chan) Joshi, foi o convidado da mais recente Distinguished Lecture do Instituto Superior Técnico, que se realizou no dia 13 de março, no Pavilhão de Engenharia Civil do campus Alameda.
Depois de uma viagem no tempo, pela história da Física, desde o princípio do século XX até ao presente, o vencedor do Prémio e Medalha Marie Sklodowska Curie (2017), pelas “contribuições inovadoras e liderança no campo dos aceleradores de partículas de plasma”,. deixou no ar várias perguntas – ainda sem resposta – mas que as experiências com aceleradores de partículas poderão resolver. Por exemplo: “Como se originou o universo?” ou “O que é a matéria negra?”.
A apresentação do orador ficou a cargo de Luís Oliveira e Silva, docente do Técnico e investigador do Instituto de Plasmas e Fusão Nuclear (IPFN). Motivaram o convite o facto de Chan Joshi ser “um dos mais importantes físicos dos plasmas e responsável pelos mais impactantes resultados experimentais, nesta área da da física”, explica o professor. Chan Joshi, considerado fundador da investigação experimental em aceleradores de partículas baseados em plasma, realçou a dificuldade e esforço “de longo prazo” necessários para desenvolver equipamentos destes que rompam com a tecnologia usada na atualidade.
Na atualidade, são 40 os grupos de investigação espalhados pela América do Norte, a Ásia e a Europa a trabalhar em investigação com aceleradores de partículas baseados em plasma.
“O Técnico é um dos pioneiros na Europa em aceleradores a plasma com uma componente de investigação em teoria e simulação e experimental”, explica Luís Oliveira e Silva. Esta área é desenvolvida no IPFN , através do Grupo de Lasers e Plasmas.
A colaboração entre o Técnico e a UCLA iniciou-se nos finais dos anos 90, na parte de teoria e simulação e, mais recentemente, na componente experimental. O grupo de investigação liderado por Chan Joshi tem recebido estudantes de doutoramento e pós-doutoramento do Técnico.
Como resultado deste trabalho com a UCLA, o Técnico tornou-se “líder mundial em teoria e simulação, neste domínio”. Nesta componente, planeiam-se novos aceleradores, exploram-se novas ideias e interpretam-se resultados experimentais, com recurso a simulações numéricas em supercomputadores. Na parte experimental, a Escola está envolvida em experiências de aceleração a plasmas no CERN – Organização Europeia para a Pesquisa Nuclear, nomeadamente no desenvolvimento da fonte de plasma que serve de base ao acelerador, bem como em experiências de geração de raios-X, a partir da interação de lasers intensos com a matéria.