Campus e Comunidade

ISTrain lança a locomotiva elétrica “Andorinha” rumo à competição internacional

Núcleo de estudantes do Técnico apresentou o seu primeiro protótipo ferroviário e prepara-se para competir no Reino Unido.

O som de um apito ecoou pelo Salão Nobre do Instituto Superior Técnico no campus Alameda. A sala, em silêncio, aguardava o anúncio: “Senhores passageiros, chegaram ao seu destino”. O momento marcou a apresentação pública do ISTrain, o único núcleo de estudantes universitários da península ibérica dedicado ao desenvolvimento de protótipos ferroviários

A 19 de setembro de 2025, o ISTrain deu a conhecer a sua primeira locomotiva elétrica, a Loco01, batizada por “Andorinha”, em homenagem à mais antiga locomotiva a vapor da CP – Comboios de Portugal. A equipa prevê iniciar a construção física em novembro e o objetivo é claro: levar o Técnico a competir já este ano letivo no IMechE Railway Challenge, uma competição internacional organizada pelo Institution of Mechanical Engineers, no Reino Unido.

“Este momento é um testemunho do progresso, da dedicação e de uma equipa que trabalhou durante meses para termos hoje um projeto a mostrar”, afirmou Aliya Ibrahimo, estudante de Mestrado em Engenharia Mecânica e presidente do núcleo de estudantes. “Dizem que o Técnico é um ambiente competitivo, mas não sentimos isso. Sentimos apoio, seja de docentes, seja de outros grupos de estudantes. Isto não é apenas nosso, é de todos os que acreditaram e ajudaram”.

A sessão reuniu docentes e representantes da indústria ferroviária, que acompanharam de perto a apresentação do protótipo. Entre as intervenções, Pedro Amaral, vice-presidente do Técnico para a Interface Empresarial, Inovação e Empreendedorismo, destacou a ligação do projeto à estratégia da Escola: “As organizações estudantis que desenvolvem protótipos também nos desafiam, a nós professores, a repensar a forma como ensinamos. Este trabalho mostra resiliência e pensamento crítico, qualidades que as empresas mais procuram nos nossos estudantes. Iniciativas como o ISTrain têm um papel determinante na formação e na ligação ao mercado”.

Hugo Magalhães, professor do Técnico, lembrou a origem do projeto: “Há nove meses começou esta iniciativa, e nove meses é o tempo certo para ver nascer algo novo”. Também deixou um desafio aos estudantes: “Precisamos de engenheiros globais, com competências sólidas. Competições como a do Reino Unido vão ser exigentes, mas é isso que queremos: jogar na primeira liga. Este projeto é mais do que um desafio académico, é uma paixão para a vida”.

A abraçar a missão de construir um modelo de locomotiva elétrica estão mais de 20 estudantes do Técnico, “unidos pela mesma paixão pelos comboios”. “Acreditamos que o Núcleo acrescenta algo de novo ao Técnico, proporcionando aos alunos a oportunidade de explorar uma área pouco abordada nos seus cursos, o setor ferroviário. Enquanto a formação académica tradicional se centra nas disciplinas de base, o ISTrain vem complementar esse conhecimento e fomentar um entusiasmo comum: o gosto por comboios”, aprofundou Aliya.

A sessão incluiu ainda uma mesa-redonda dedicada ao tema Engineering the Future of Rail: Innovation, Talent, and Global Challenges, que trouxe a palco diferentes perspetivas sobre os desafios de inovação e sustentabilidade no setor ferroviário, cruzando experiências nacionais e internacionais.

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