Por esta altura, e se a pandemia assim o permitisse, o Pavilhão de Civil do Técnico estaria a ser invadido pela azáfama que carateriza as Jornadas de Engenharia Civil (JEC). Na transição para o regime online, a dinâmica das JEC, uma plataforma de encontro de docentes, alunos, e empresas, manteve-se, tornando-se menos visível, mas nem por isso menos intensa. Ao longo de toda a semana os alunos de Engenharia Civil, e não só, podem explorar temas e projetos de relevo na área e contactar com diversas empresas.
De acordo com Manuel Filipe, presidente do Fórum Civil, o balanço até agora é “claramente positivo” com o evento a ultrapassar a linha dos “300 participantes na globalidade das atividades, apenas durante o primeiro dia”.
A plataforma Zoom passa a ser o ponto de encontro de todo este conhecimento, vertido nas várias conferências e debates que abordam temáticas e projetos da área. A guiar a partilha encontramos um leque variado de convidados de renome, ligados à Academia, mas sobretudo ao mundo empresarial.
Na conferência da tarde desta segunda-feira, 15 de março, por exemplo, foi possível conhecer as soluções desenvolvidas em projeto e executadas em obra na construção dos 6 pisos enterrados do Hotel Meliã Lisboa, através dos engenheiros das empresas JETSJ, Engexpor e Mota-Engil. A palestra foi divida em três partes: conceção e projeto; fiscalização; e obra.
A engenheira Neuza Carvalho (JETSJ) deu a conhecer os principais condicionamentos que determinaram o desenvolvimento das soluções construtivas adotadas, abordando os métodos de dimensionamento e de cálculo, e apresentando ainda o plano de instrumentação e observação.“O recinto de escavação de intervenção encontra-se numa área extremamente urbanizada da cidade de Lisboa e ladeada por diversas infraestruturas que constituem condicionamentos às soluções, uma vez que é necessário manter a sua integridade e garantir a sua funcionalidade ao longo da execução da obra”, começou por referir.
Enumerando algumas das infraestruturas circundantes e as suas caraterísticas, a oradora referiu os processos levados a cabo para assegurar que as mesmas não seriam prejudicadas, assim como as soluções propostas, a forma como foi feita a validação das mesmas, as medidas de reforço definidas à priori, e alguns resultados já obtidos no âmbito do Plano de Instrumentação e Observação, visto que a obra já decorre.
Não só de palestras e conferências se fazem as JEC, uma vez que decorre até ao final da semana, a Feira de Empresas online onde é possível contactar diretamente com as empresas, entre as quais estão a Quadrante, Grupo Casais, Deloitte e Rockbuilding. Para além de conhecer melhor as entidades e oportunidades que oferecem, os alunos podem entregar currículos, e esclarecer dúvidas, realizando a tão desejada aproximação do mundo empresarial.
“Para além destas atividades ainda teremos workshops e visitas virtuais a obras”, refere Manuel Filipe. “Tentámos ser o mais multidisciplinar possível de modo a oferecer atividades direcionadas aos alunos das 5 especializações do Mestrado em Engenharia Civil”, adiciona o presidente do Fórum Civil. Através deste leque de iniciativas, os alunos têm ao seu alcance a hipótese de contactarem com as maiores empresas do setor e de todos os ramos da Engenharia Civil.
Uma das inovações desta edição é a transmissão em live streaming das conferências no canal do Youtube. Estas ficam ainda disponíveis posteriormente para que os alunos que não conseguem comparecer tenham a oportunidade de assistir.
O presidente do Fórum Civil frisa que os aspetos diferenciadores desta edição são “a multidisciplinaridade das atividades e a dimensão dos parceiros do Fórum Civil”. O aluno do Técnico faz questão de realçar que só “existem pontos positivos em participar” em todas as atividades organizadas pelos Núcleos de alunos. “São atividades muito enriquecedoras e que de uma forma, ou de outra, beneficiam e complementam o percurso académico dos alunos”, colmata Manuel Filipe.