O professor Rui Batista, presidente do Departamento de Engenharia e Gestão (DEG) e investigador do Centro de Estudos em Gestão do Técnico (CEG-IST), sugere-nos uma lista de livros diversa. Através do seu lote de recomendações é possível aprender um pouco mais sobre abordagens chave na econometria aplicada, perceber que não existe apenas um tipo de criatividade artística e ainda viajar até ao século XVIII através de um romance épico de Daniel Kehlmann.
A obra de Joshua D. Angrist e Jörn-Steffen Pischke intitulada “Mastering ‘Metrics: The Path from Cause to Effect” é uma das dicas de leitura do professor Rui Batista. “Este livro apresenta de forma simples e intuitiva os métodos utilizados em econometria aplicada para determinar relações de causa e efeito em fenómenos socioeconómicos, aplicando-os a problemas reais: o acesso universal a serviços de saúde torna uma sociedade mais saudável? Os colégios privados oferecem uma educação de melhor qualidade do que a escola pública? Deve o Estado auxiliar a banca durante uma crise financeira? A resposta está nos dados” frisa o professor Rui Batista, justificando assim esta sua escolha mais técnica.
A criatividade às vezes demora a despertar e esta é uma das ideias defendidas pelo economista David Galenson no livro “Old Masters and Young Geniuses: The Two Life Cycles of Artistic Creativity” que também integra o rol de escolhas do investigador do CEG.
“Grandes artistas como Michelangelo e Picasso produziram as suas obras mais significativas em diferentes fases das suas vidas. Enquanto uns dedicam décadas de estudo e experimentação a um tema até atingirem a perfeição, outros atingem-na no início das suas carreiras. Usando informação objetiva sobre o valor das obras primas de diferentes artistas (por exemplo, o número de vezes em que estas são citadas em livros de história da arte) este livro estuda o contraste entre artistas conceptuais e experimentais”, refere o professor Rui Batista.
O famoso livro de ficção “com personagens científicas reais” de Daniel Kehlmann que cruza a jornada de dois famosos alemães que passaram as suas vidas a “medir o mundo” utilizando métodos totalmente distintos é a última escolha do presidente do DEG. Para justificar eleição da obra “Measuring the World” o docente do Técnico conta-nos um pouco do que podemos encontrar nas suas páginas.
“Na segunda metade do século XVIII, dois dos maiores cientistas de sempre dedicaram-se ao mesmo objetivo – conhecer a natureza do mundo – de formas radicalmente diferentes. Alexander von Humboldt viajou incessantemente, explorando os mais recônditos cantos do mundo. Carl Friedrich Gauss, sem sair da sua casa em Göttingen, contribuiu decisivamente para a geometria, astronomia e física. Este romance junta os dois personagens em Berlim em 1828”, partilha o professor Rui Batista.