Ricardo Henriques, antigo aluno de Engenharia Eletrotécnica e de Computadores no Técnico, foi o vencedor da 1.ª edição do prémio “+ Valor Madeira”. Na origem da distinção, atribuída pela Assembleia Legislativa da Madeira, está o trabalho final de mestrado do alumnus, intitulado “Projeto de uma rede de ‘backhaul’ para monitorização de incêndios florestais na ilha da Madeira”, que conquistou a unanimidade do júri.
Grato pela distinção, Ricardo Henriques destaca que este “é sem dúvida o maior louvor que tive ao longo do meu percurso académico”, e faz questão de congratular a Assembleia Legislativa da Madeira pela “iniciativa de valorizar a investigação desenvolvida pelos alunos madeirenses e pelo destaque ao meu trabalho”. “É bom sentir que todas as dificuldades e entraves encontrados, apesar de limitarem, não impediram a conclusão e sucesso do trabalho”, declara o jovem galardoado.
O alumnus venceu o prémio pecuniário no valor de 5 mil euros, destacando-se dos restantes 25 jovens que se candidataram ao galardão. O júri evidenciou o facto de este ser um trabalho “particularmente atual” uma vez que visa a “proteção de recursos naturais da ilha e da sua população”.
Nos últimos anos têm-se registado um aumento do número de incêndios na Região Autónoma da Madeira que, e tal como realça o alumnus do Técnico, “apresentam consequências cada vez mais devastadoras”. Encontrar uma solução para a transmissão de dados relativos aos incêndios, e de fácil implementação, torna-se por isso imperativo e Ricardo Henriques decidiu contribuir para isso com o seu conhecimento.
O projeto teve principal objetivo a construção de uma rede de feixes hertzianos para suportar a transmissão de dados, tendo em vista uma implementação futura de sistemas de prevenção de incêndios florestais para a costa Este da região. “Uma vez que já existiam estudos para a costa Oeste e cobertura nesta zona, procurou-se resolver a lacuna detetada na outra costa, estudando-a e realizando a cobertura em falta”, explica Ricardo Henriques.
O antigo aluno do Técnico propõe um sistema de comunicações que alerta diretamente o Laboratório Regional de Engenharia Civil, no entanto, este pode perfeitamente ser posteriormente adaptado para a Proteção Civil. “Foram estudadas várias soluções, desde a utilização de bandas livres, bem como de bandas licenciadas, culminando na apresentação de uma solução final com banda livre de 5 GHz de forma a minimizar os custos anuais de licenciamento e utilizando ainda redundância por topologia em anel”, refere o jovem engenheiro.
Ricardo Henriques considera que o fator diferenciador da sua dissertação foi mesmo “o planeamento do projeto a implementar tendo em conta todas as condicionantes e orografia da região em estudo”. O antigo aluno não tem dúvidas de que este é “um projeto perfeitamente aplicável na região, revestindo um grande interesse para a ilha por promover a proteção de recursos naturais e da população”.