O primeiro passo na Alameda do Técnico como alunos é inesquecível, depois de ser tantas vezes ambicionado. Muitos dos novos estudantes do Técnico já visitaram a escola outrora, mas nunca com o sentimento de conquista que agora os arrebata e sem metade dos medos que agora os assola. Outros sentem o desconhecido na totalidade, e o campus é “ainda maior do que parecia no Google Maps e nas fotografias”. Há incógnitas que invadem todos sem excepção. Como serão as salas que os acolherão? Como funcionará este ano letivo? Quem serão os novos colegas? Como serão os professores que lhes catalisarão a curiosidade por novas matérias? As respostas não surgem todas neste primeiro dia, mas “o bem-vindo ao Técnico” que lhes chega várias vezes ao longo do tempo que estão no campus provoca um sorriso especial, o mesmo onde começa aquele sentimento de “chegada a casa”.
Ricardo Vilela ouviu falar muito do Técnico, nomeadamente através da sua mãe que é antiga aluna da escola. “Talvez também por isso e pelo que ela falava sempre tive a ideia de vir para cá bem presente”, declara. Entrou em Engenharia Mecânica, mas colocou Engenharia Aeroespacial como 1.ª opção. “Na realidade, era indiferente para mim qualquer um dos cursos, e por isso estou feliz”, revela com um sorriso, que a máscara oculta, mas o olhar denuncia. Por entre tudo o que lhe contaram da Escola, reteve a exigência que a caracteriza, e a capacidade de trabalho que quem cá chega precisa deter. “Também me disseram que no fim compensa e é nisso que me vou focar”, declara.
Para Diogo Sousa este foi mesmo o primeiro passo no Técnico, e a sensação que o invadiu é de que é bem maior do que pensava. Entrou em Engenharia Informática e de Computadores, a sua 1.ª opção, com 18,5. Entre o lugar onde nasceu, Braga, e aquele onde passará os próximos anos são mais de 3 horas de viagem, e por isso ainda ponderou ficar pelo Porto, mas rapidamente percebeu que o percurso mais longo nem sempre é o adequado para nos levar onde queremos. “Julgo que o Técnico é uma ótima escola, e não vou ter problemas em aprender, e essa é a minha prioridade”, solta o aluno.
A estes novos alunos estão reservados os típicos desafios de adaptação, mas um lote extra de tantos outros. As máscaras deixam as apresentações dos sorrisos para depois. As marcações no chão lembram-lhes que o distanciamento social tem que ser respeitado e que terão que ser as conversas a aproximá-los. As paredes e os corredores “decorados” com as novas regras de higiene e segurança alertam-nos para o novo mundo de cuidados a ter, e o Técnico está mais vazio, o que ainda não lhes permite percecionar bem toda a vida que os espera.
Guilherme Marujo, novo aluno de Engenharia Mecânica, e Maria Costa, nova aluna de Arquitetura, tiveram o mesmo mentor e, por isso, fizeram juntos a visita ao campus da Alameda, estando atentos a todos estes detalhes. Terminada a visita restava planear o regresso, e o início formal de uma “etapa muito importante e há muito ambicionada”. Pararam pelo caminho para nos contar o porquê das suas escolhas: “Tudo em mim, incentivava-me a vir Mecânica. Adoro motas, carros e tudo o que tenha a ver com isso”, declara Guilherme Marujo. Para o ano que agora começa, tem muitas expetativas e traz “toda a vontade” de se “divertir, conhecer pessoas novas e descobrir coisas novas”.
A prima de Maria Sousa estudou no Técnico, o que desde sempre a fez querer seguir o mesmo caminho. Houve uma altura em que ainda ponderou seguir outras opções, mas no seu projeto de futuro o Técnico era um pilar importante de que não queria abdicar. A pandemia tornou este início de jornada diferente do que queria. “A vida universitária é sempre uma nova fase da nossa vida, mas com esta situação do coronavírus as minhas expetativas baixaram um bocadinho, mas espero que em breve possamos aproveitar tudo normalmente”, declara. Quando lhe perguntámos se ainda assim se sentia entusiasmada, silencia-nos com uma resposta rápida que fala por tantos: “Impossível não estar!”.