O nome dos Encontros “MEFT- A desafiar os limites em ciência e tecnologia”, reflete totalmente a essência dos mesmos: incitar os participantes a descobrir mais e mais sobre a Física Tecnológica, e desafiar os oradores a resumirem nas breves palestras a extensão do que fazem no âmbito da sua carreira de docência, investigação ou mesmo na indústria. Ambos os objetivos são bem-sucedidos, como se reflete quer no entusiasmo com que os primeiros colocam perguntas constantes, quer na satisfação com que os segundos conduzem as apresentações, mesmo que num ritmo apressado para que nenhum tópico fique por abordar. O encontro, organizado pela Coordenação do MEFT – Mestrado Integrado em Engenharia Física Tecnológica do IST – e o Departamento de Física do Instituto Superior Técnico, conquistou, durante os dias 28 e 29 de Junho, 96 participantes, entre os 15 e os 18 anos, um número que vai crescendo de edição para edição.
“Tentamos cobrir as áreas científicas do Departamento de Física, mas também ter temas ‘fora da caixa’, que ilustrem a grande mais-valia de antigos alunos MEFT/LEFT em outras instituições de investigação e aplicações”, explica o professor Pedro Abreu, um dos envolvidos na organização. E assim foi nas” micropalestras”, dedicadas a “supertemas” como a: nanotecnologia, a matéria escura e as estrelas, ondas gravitacionais e buracos negros, energia nuclear, etc., conduzidas por professores, investigadores e antigos alunos.
No caso do professor Yasser Omar, o desafio era tentar em quinze minutos explicar a essência de um computador quântico e simultaneamente transmitir a importância desta temática à jovem audiência. Não foi difícil cativar a atenção dos jovens que pouco pestanejam entre os slides apresentados. “A informação quântica permite computadores mais rápidos, comunicações mais seguras e correlações mais ricas”, enunciava o docente. “Eu não vou explicar isto em detalhe, mas se vierem para o Técnico vão aprender”, lançava de seguida o professor Yasser Omar. “No fundo são tecnologias novas e disruptivas que vão mudar a nossa forma de comunicar e processar informação”, declarava de seguida voltando a incitar os jovens a fazer parte desta mudança vindo para esta Escola. O resultado da apresentação vislumbrou-se através dos vários dedos que se ergueram no momento guardado para as questões, denotando-se que a curiosidade pela área ficou bem semeada.
Além das palestras, o conhecimento propagou-se também através das visitas aos laboratórios de investigação, reservadas para ambas as tardes do evento. Os roteiros que se dividiram entre os laboratórios do ISTTOK, o INESC-MN , Laboratório de Raios Cósmicos (LabRC) e o Laboratório de Instrumentação e Física Experimental de Partículas (LIP), permitiam aos grupos de alunos ir “ao terreno da investigação”, contactando com investigadores, e descobrindo pelos mesmos “como se faz magia em física”.
Pela curiosidade que despertam, pela diversidade de temáticas que abrangem e por permitirem um contacto direto com as matérias e os docentes do Técnico, estes encontros contribuem, como destaca o professor Pedro Abreu, “a par de outras atividades organizadas para alunos em outras alturas do ano estes encontros para o aumento das notas de entrada dos alunos, e para termos no Técnico alunos cada vez mais excelentes”.